Festival Imersivo 2025

 




Festival Imersivo 2025 (4ª Edição)
20 a 23 de Março de 2025 | Lisboa Incomum


Festival Imersivo 2025 decorrerá de 20 a 23 de Março de 2025 no Lisboa Incomum, em Lisboa, Portugal. Este evento anual, organizado pelo Projecto DME, é dedicado à música electroacústica, destaca os sistemas de som em forma de cúpula do espaço Lisboa Incomum, proporcionando uma experiência auditiva imersiva única.

A edição deste ano do Festival Imersivo tem uma forte componente de música portuguesa, uma vez que vários compositores portugueses foram convidados a apresentar peças acusmáticas, ao longo dos concertos do Festival.

Programa
Dia 20 de Março (quinta-feira)
  • 19h00-Inauguração da instalação (peças seleccionadas no âmbito da CALL FOR MUSIC · Immersive Festival 2025) [Projecto DME-Lisboa Incomum, Portugal]
Dia 21 de março (sexta-feira)
  • 19h00- Encerramento da instalação (peças seleccionadas no âmbito da CALL FOR MUSIC · Immersive Festival 2025) [Projecto DME-Lisboa Incomum, Portugal]

Dia 22 de março (sábado)
  • 14h30-Mesa Redonda
  • Seminários

      16h00-Seminário I com Elizabeth Anderson
      17h00-Seminário II com Mario Mary


Dia 23 de março (domingo)

  • 14h30-Mesa Redonda
  • Seminários
       15h30-Seminário III com Annette Vande Gorne
       17h00-Seminário IV com João Pedro Oliveira

Todos os concertos serão às 19h30, com entrada gratuita, mediante preenchimento do formulário de inscrição. 

Seminários: Os seminários de composição com os quatro compositores requerem inscrição prévia até ao dia 17 de Março, com um custo de 30 euros por dia (2 seminários). Caso a inscrição seja feita para todos os seminários, o custo total é de 50 euros. A equipa de produção entrará em contacto para proceder ao pagamento assim que receber a inscrição. Os seminários não serão transmitidos via stream.

Formulário de Inscrição https://forms.gle/8SuoB8BnemnBqsT38


Compositores Convidados

Dia 20 de Março (quinta-feira)
  • Inauguração da instalação sonora
  • 19h30 - Concerto                               

 Programa

Annette Vande Gorne - Faisceaux  - piano e electrónica com espacialização em tempo real
Rui Penha - no man is an island 
António Sousa Dias - to Paula 
João Castro Pinto - Circumsphere: to Bounce and Rebounce 
Filipe Esteves - Rio imaginário I 
Cristóvão Almeida - Estudo Acusmático 
Jorge Ramos - Paysage 
João Pedro Oliveira - Encomenda DME *

*estreia absoluta
Alex Waite - solista Ensemble DME - piano

Annette Vande Gorne - Faisceaux  - piano e electrónica com espacialização em tempo real
Beams of spectral rays arising from a driving interval (a C-sharp — G diminished fifth). The development of the piece leads the listener’s perception from inharmonic sound to harmonized music. An amplified piano accompanies the electroacoustic part to the point where it becomes a soloist. The piano part, seemingly easy, explores attack modes, the affect trajectories of a single note, vibration modes, and the harmonic sounds made possible depending on the quality of the instrument. The work reverses the common relationship between the instrumentalist and the electroacoustic part: here, the musician must listen to the part to accompany it and enter into a dialogue with the fixed sonic flux.

Rui Penha - no man is an island 
no man is an island (2014) é uma obra para qualquer instrumento de sopro (solista improvisador) e electroacústica espacializada. Foi encomendada pela Orquestra Jazz de Matosinhos para o seu concerto CARA Ano Zero e estreada por em dois concertos por dois solistas convidados (Peter Evans, em trompete, e Gilberto Bernardes, em Saxofone), imersos num cilindro sonoro desenvolvido propositadamente para o Cine-Teatro Constantino Nery pelo Grupo de Computação Sonora e Musical do INESC TEC, que co-coordenava à época. A obra, concebida com sons vocais de Helena Caspurro. tem sido apresentada desde então tanto na versão original com solista improvisador, como na versão apenas para electroacústica espacializada que será ouvida neste concerto.

António Sousa Dias - to Paula 
to Paula (2023) (Música Electroacústica sobre suporte - número de canais variável). Estreia: 2023/Sep/23, Equinócio de Outono, O’culto da Ajuda (Lisboa, PT)
to Paula é uma obra electroacústica, dedicada a Paula Pinto (1966-2023), bailarina, coreógrafa e, sobretudo, grande amiga. A sua origem remonta a um desafio lançado pela própria Paula, que sugeriu que eu encontrasse uma obra antiga, uma música não muito longa que pudesse utilizar em cena para dançar, num espectáculo que planeava fazer. Insistiu que não me queria dar muito trabalho, daí propor que procurasse uma obra já composta. Respondi-lhe que sim, que não se preocupasse, que iria procurar uma obra, mas disse-o para a tranquilizar, pois a ideia desta composição surgiu-me imediatamente, ainda durante a conversa – uma necessidade irreprimível – e decidi que, quando estivesse pronta, lhe faria uma surpresa.
Recorrendo às minhas técnicas habituais, construí assim esta curta fantasia, estruturada em torno de transformações da voz gravada da Paula, onde são articulados outros elementos, alguns de carácter rítmico, antevendo algumas possibilidades cénicas.
Infelizmente, a Paula nunca chegou a ouvi-la.
Para a Paula, com toda a amizade e todo o carinho.

João Castro Pinto - Circumsphere: to Bounce and Rebounce
Circumsphere: to Bounce and Rebounce (2024) is a piece that delves into the sonic and musical richness of spherical objects, ranging from rubber and ping pong balls to wooden / styrofoam spheres and marbles. The piece incorporated resonating devices such as a Tibetan singing bowl and a dome wire fruit basket, where the spheres were intentionally moved and recorded, with different speeds and dynamic densities. The spherical objects were also recorded on other surfaces such as glass tables, wood
and tiled floors.
The composition’s main aim was to articulate organic plots of kinetic energy, by designing variegated musical gestures and crafting enticing timbres and tones. At stake is the musical exploration of the idea of circularity, i.e., of intrinsic movement, of flow / vortex macro-shapes, somehow poetically miming the idea of the revolution of the celestial bodies around the sun; the main intention was to simultaneously sonically explore the physical and phenomenological quality of “roundness”, a sort of circumnavigation of an acousmatic cartography of movement.
Each object was carefully selected for its unique sonic characteristics and guided by the axial idea of proposing oscillating / overlapping musical planes, conveying, within the several sections of the piece, a sense of transparency and opacity. Hence, along the composition, the spherical objects are disposed either raw or partially / totally processed (by micro-montage, including a variety of d.s.p. operations as: granulation, spectral filtering, pitch shifting, varispeed, etc.). Beyond the classical percussive sounding behaviour of rebounding spheres (e.g.: balls falling into surfaces) one can listen, as the piece evolves, to the sounds of the spherical objects being totally transformed and evoking contrasting mental images of movement and staticity.
Circumsphere intends to go beyond the mere representation of the physical phenomena of bounce and rebound organic processes patent in the percussion-resonance musical archetype. The “to Bounce and Rebounce” subtitle also serves the purpose of figuring that sound objects and musical ideas which were evident at the beginning of the piece, are totally reworked, presenting in further sections different results and variations on the same theme. The sound of the rubber balls resonates with vibrant percussive energy, while the wooden spheres added an earthy and telluric organic quality to the articulated directions of movement, throughout the different sections of the piece, which intersperse with and overall macro-structure of referential and abstract approaches. The Tibetan singing bowl and the dome wire fruit basket added additional motives of texture and resonance, complementing the sounds of the spheres - specially the marbles / styrofoam spheres - in a harmonic “para-symphonic”
manner. The use of different surfaces, such as glass tables, wood and tiled floors, amplified the variety of timbres and tones present in the composition, contributing for the advent of an enveloping sonic voyage.
Finally, the electroacoustic processing, namely temporal (e.g.: several kinds of delays, etc.) and spectral processes (fft based), as well as the generated synthetic and analog electronics, was used to explore the nuances and the timbrical subtleties of the material, transforming each section into a unique and captivating tension derived musical narrative. Circumsphere: to Bounce and Rebounce invites the listeners to immerse themselves in a world of constant evolving sonic plots, where gestures experimentally give way for unexpected and enticing “music of the spheres”.

Filipe Esteves - Rio imaginário I 
O ciclo "Rio imaginário" surgiu no seguimento de uma residência artística conjunta com o meu colega Nuno Morão na associação "OSSO", realizada entre Setembro e Outubro de 2024. 
Todos os materiais sonoros utilizados neste ciclo são oriundos de gravações de campo feitas ao longo do rio Arnóia (rio que nasce na Serra de Todo-o-Mundo e deságua na Lagoa de Óbidos) realizadas durante a residência. Estas gravações de campo incluem registros fonográficos de "paisagens sonoras" encontradas ao longo do curso do rio, captadas com um microfone stereo XY, e registros de fontes pontuais captadas a partir de um hidrofone e de um microfone de contacto.
Para a composição das peças que formam o ciclo recorri sobretudo aos materiais sonoros captados pelo hidrofone e pelo microfone de contacto, equipamento que permitiu revelar um mundo sónico que antes estava oculto e inacessível ao ouvido humano.
O título "Rio imaginário" deve-se ao facto do rio Arnóia, no período em que foram feitas as gravações, está praticamente seco a montante da barragem de Óbidos (excluindo, claro, a albufeira que a barragem forma) e ter apenas um pequeno caudal a jusante, sendo, por isso, um rio em potência que encontrou uma possibilidade de existência (sónica, imaginária) nas peças que compus.

Cristóvão Almeida - Estudo Acusmático 
“ Tinha que existir uma pintura totalmente livre da dependência
da figura — o objecto — que, como a música, não ilustra coisa
alguma, não conta uma história e não lança um mito. Tal pintura
contenta-se em evocar os reinos incomunicáveis do espírito, onde
o sonho se torna pensamento, onde o traço se torna existência. ”
Michel Seuphor (2021)

Jorge Ramos - Paysage 
Dennis Smalley (b. 1946) defines source bonding as the natural tendency to relate sounds to supposed sources and causes and to relate sounds to each other because they appear to have shared or associated origins. Thus, bonding play is an inherent perceptual activity.
Consequently, I began to rethink how and what to think about ‘sound’ and its behaviour, and most importantly, to hear ‘sound’ differently. This self-reflection on my sonic somatic knowledge led to a broader perspective on what I, as a composer and researcher, should consider sound as music. Hence, I wrote Paysage, a soundscape piece based on the processing of the sounds that surrounded me during the writing process. This effect was enhanced by the imposed limitations during confinement, which meant that I had to share the same house to work and to live in, which made me realize how musical sound is constantly all around us.”
Written in 2021 as part of my Doctor in Music — Composition at the Royal College of Music, London (EN). With the support of The ACTOR Project (CAN); Calouste Gulbenkian Foundation (PT) & Royal College of Music (EN).

Commissioned by Festival RE:FLUX ‘16

Dia 21 de março (sexta-feira)
  • 19h30 - Concerto                               
 Programa

Zuriñe F. Gerenabarrena - Multzoa 
José Carlos Sousa - Sons do Oirotavresnoc 
Mario Mary - Pedro en su laberinto 
Ricardo Guerreiro - Incertae Sedis 
Jaime Reis - Corpos Sonoros I: reencarnação 
Elizabeth Anderson - Jacob's Helix 
Rocío Cano Valiño - Antanáklasi IV  - violino e electrónica fixa

Beatriz Costa - solista Ensemble DME - violino

Zuriñe F. Gerenabarrena - Multzoa 
Multzoa (2024)
Multzoa, which in Euskera means “flock” “group”, “swarm”, takes the turning of the bird's wings as material and metaphor to explore sound in motion; from the murmur of the individual bird nearby, to the group or flock, in its journey in open space.
The trajectory, mobility and freedom of the birds are assimilated to the voice that names them, like new paths of expressive search.
In this work, I explore the sound material from the texture, the line, fragment and density, along with the possibilities of immersion in space, as a sound tissue that surrounds us and attaches to our skin.
Work composed in EMS (Stockholm) 2024 as artist in residence.
Grant awarded by the Department of Culture and Linguistic Policy Basque Government

José Carlos Sousa - Sons do Oirotavresnoc (Viseu, 2023) 
Esta obra é uma homenagem que faço ao Conservatório de Música da minha cidade que, como a mim, tem ajudado a formar tantos músicos da região de Viseu.
A música e o Conservatório de Viseu fazem parte da minha vida há cerca de 40 anos. Primeiro como aluno, mais tarde como professor e depois como diretor desta grande instituição cultural e de Ensino Artístico Especializado de música - o Conservatório Regional de Música Dr. José de Azeredo Perdigão. 
O ponto de partida da obra Oirótavresnoc foi a vontade de fazer uma composição musical construída a partir dos sons do próprio edifício. Assim, pondo de parte os “sons musicais” de tantos instrumentos que se podem nele ouvir diariamente, captei os sons, naturais ou transformados em computador, do próprio edifício em si - sons de portas ou janelas, alarmes, máquinas, escadas, estantes, quadros, torneiras, interruptores, gavetas, cadeiras, portões, dando desta forma um carácter vivo e quase humano ao edifício que nos acolhe.
Oirótavresnoc é dedicada a todos os professores, funcionários e alunos que já passaram pelo nosso Conservatório.

Mario Mary - Pedro en su laberinto 
Pedro en su laberinto (Peter in his labyrinth)
Electroacoustic work on 8 channels - 10' - 2023
Distinction CIME 2023 (Grèce)
Dedicated to my father.
This composition is a proposal with a high density of sound materials and few breaths. The work displays an indefatigable energy through an articulate and vital polyphonic discourse. The multiple trajectories and
sound planes generate a rich and changing acoustic space around the listener. All this complexity could be linked to life itself, in which, without realizing it, we progressively create our own labyrinths and the terrains where our deepest joys and conflicts develop.

Ricardo Guerreiro - Incertae Sedis 
Instalação sonora para dois altifalantes ocultos, situados em ambiente escurecido, com a qual se pretende experimentar uma ideia de transparência pela abertura da matéria construída ao som que caracteriza a textura sonora de fundo. O espaço de projecção estéreo é variadamente fragmentado de forma a configurar a presença de fontes sonoras separadas. A junção destas duas ideias - permeabilidade e com-posicionamento - viabiliza a encenação de um ambiente sonoro tenso, habitado por elementos que a nossa percepção tem dificuldade em agrupar e que parecem por isso reclamar o seu próprio espaço vital.
A elaboração electrónica é, em si, radicalmente abstracta, sem qualquer significante para além de si própria. Foi desenvolvida com material sonoro sintético gerado por computador e está dividida em 4 momentos de igual duração (ca. 5 minutos cada). Variações de cor, forma, dimensão e posição, qualidades que aqui servem de metáforas para a construção de um campo visual imaginário. O resultado final contempla a inclusão nesta dimensão construída dos sons encontrados na situação espaço-temporal da instalação, sempre imprevisível e única. Incertae Sedis é dedicada à artista plástica Francisca Carvalho (Coimbra, 1981).

Jaime Reis - Corpos Sonoros I: reencarnação 
Encomenda do Projecto DME (com apoio para este projecto da DGARTES / Min. da Cultura, Gulbenkian Foundation e Câmara
Municipal de Lisboa) & Festival Primavera / Conservatório Regional de Música Dr. José de Azeredo Perdigão de Viseu.
O ciclo Corpos Sonoros parte de P. Schaeffer, F. Bayle, A. Vande Gorne, Harry Partch, irmãos Baschet e outros proponentes de concepções sobre: som, objecto escultórico e gesto.
A primeira peça - reencarnação - surge de um projecto pedagógico e de criação comunitária, com a minha curadoria, orientado pelo Projecto DME / Lisboa Incomum, que decorreu na sua primeira fase entre Abril de 2023 e Abril de 2024.
Inicialmente com a colaboração da Associação Passa Sabi, uma associação de moradores do bairro do Rego (onde se situa o Lisboa Incomum), foram criados instrumentos musicais realizados com materiais reutilizados - objet trouvé - e concretizados segundo princípios de criação de material sonoro de Pierre Schaeffer, relacionados com o seu conceito de “corpo sonoro”.
A construção foi realizada por membros da comunidade, nomeadamente crianças do bairro, sob a orientação de Bitocas Fernandes e resultando na criação colaborativa de objectos escultóricos passíveis de ser tocados como instrumentos musicais.
Membros do CRIA-ISCTE - Centro em Rede de Investigação em Antropologia e o INET-md - Instituto de Etnomusicologia (FCSH/UNL) acompanharam o processo e facultaram propostas de abordagens comparativas e complementares.
O resultado público da primeira fase resultou numa performance-instalação liderada por Filipe Sousa, Bitocas Fernandes, Mariana Vieira e Jaime Reis, num projecto elaborado através de trabalho colaborativo e participativo com artistas locais, estudantes e membros da comunidade em geral. A apresentação decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, no dia 11 de Fevereiro de 2024.
A reunião destes elementos, horas de improvisação e sessões de gravação realizadas com os referidos objectos escultóricos e outros construídos por mim (em sessões assistidas por Beatriz Costa, Caio Rodrigues, Cristóvão Almeida, Mariana Vieira, Marta Domingues e Tiago Jónatas), foram reificadas em milhares de objectos sonoros que reencarnam os gestos, movimentos e estados de energia onde o idios comunal emerge. Os aspectos formais evocam imagéticas como: corpúsculos sonoros; ressaltos / reflexões; tensões / deformações; grãos.

Elizabeth Anderson - Jacob's Helix 
2023-2024
The sound material in Jacob's Helix is derived from 50 high-quality recordings of play sequences using sounding-bodies that were made by Jean-François Laporte at the ‘Productions Totem Contemporain’ institute in Montreal. 
This sound material required a different compositional approach in terms of sound transformation and musical form.  
An outgrowth of the concept of the double helix, which is a pair of parallel helices intertwined around a common axis as illustrated in the structure of the DNA molecule, the five parallel helices that unfold in sound on a common temporal axis in Jacob's Helix are inspired by five contrasting themes which, themselves, are inspired by the original sounds. These themes include the biblical story of Jacob's ladder, Jacob's ladder in science known as the high-voltage moving electric arc, percussive sounds and their place in traditional Japanese music, modern dance and the aesthetic influence of Pierre Henry.  
In the context of the themes, at times harmonic spectra infuse the common temporal axis around which inharmonic and noise-based spectra are intertwined and at other times inharmonic and noise-based spectra infuse the common temporal axis around which harmonic spectra are intertwined.
Unlike my previous works, where highly charged sections often alternate with quieter ones, the form of Jacob's Helix constantly moves a Baroque space forward in time, using the notion of “variation-permanence” as propelled by its parallel helices.
Jacob's Helix was realized in 2023-2024 in the composer’s studio in Brussels (Belgium) and was premiered on June 9, 2024 during the Festival Reflets Sonores organized by the Belgian Federation for Electroacoustic Music (FeBeME-BeFEM) in the Chapelle de Verre de Fauquez in Braine-le-Comte (Belgium).
Thanks to Pia Keiding for her invaluable help.

Rocío Cano Valiño - Antanáklasi IV  - violino e electrónica fixa
Antanáklasi is a cycle of works for solo instrument with electronics inspired by the painting Al Espejo of the Argentinian’s painter and illustrator Gabriela Aberastury. The title Antanáklasi means "reflection" in greek.
Antanáklasi IV (2021) Commande musicale de Césaré, Centre national decréation musicale – Reims. Antanáklasi IV is the forth piece of the cycle for violin and electronics. In the canvas, we can see a vertical axis that divides the painting into two different parts, without knowing what is the object and the reflection in the visual composition. One of the sides contains prismatic structures oriented in different directions, being a more three-dimensional space. On the contrary, the other side is more two-dimensional and with unpredictable lines. In a way, this is also expressed in the musical piece through imitation, for example, on the materials played by the violin that are subsequently heard in electronics. In addition, with the idea of
changing roles, when a reflected object becomes a reflection and vice versa. Moreover, to evoke the city of birth of the painter in the piece, sounds and rhythms that come from tango are used.

Commande musicale de Césaré, Centre national de création musicale – Reims.

Dia 22 de março (sábado)
  • 19h30 - Concerto                               
 Programa

Elizabeth Anderson - Solar Winds 
Valerio Sannicandro - COSA TI HANNO FATTO IN GAZA* 
Paulo Bastos - Luz e Calor 
Zuriñe F. Gerenabarrena - Fyr 
Eduardo Patriarca - O infinito sendo quase nada* 
Ângela da Ponte - Ground 
Mario Mary - Aarhus - violino e electrónica fixa


*estreia absoluta
Beatriz Costa - solista Ensemble DME - violino

Elizabeth Anderson - Solar Winds 
Octophonic acousmatic work 
2012
The idea to present Solar Winds near the end of 2012 sprang from a desire to honor the astronomers of the ancient Mayan culture and their worship of the Sun at a time that marks the completion of one Mesoamerican Long Count calendar and the beginning of another.  After an initial examination of several astronomical events, my interest centered on the relationship that solar winds, streams of charged particles emanating from the Sun, might have with Earth’s magnetosphere.  According to James Dungey’s open magnetosphere model, interplanetary field lines, which emanate from the Sun and are carried by solar winds, connect with the Earth’s magnetic field lines when they strike the Earth’s magnetosphere.
I found this model to offer an intriguing starting point for the sonorization of these non-sounding events via the acousmatic medium. Solar Winds incorporates acoustic translations of electromagnetic phenomena that are produced by the Earth as well as other astronomical phenomena, and constitutes an imaginary celestial aural journey from the perspective of the listener who is Earth.
Solar Winds was realized in 2012 at the Métamorphoses d’Orphée studio of Musiques & Recherches in Ohain (Belgium) and was premiered on October 27, 2012 during the 8th festival Visiones Sonoras organized by the Centro Mexicano para la Música y las Artes Sonoras (CMMAS) in the Auditorio de la Unidad Académica Cultural of the UNAM Campus Morelia (Mexico). The piece was commissioned by Musiques & Recherches. 
Solar Winds was composed with support from the Fédération Wallonie-Bruxelles (Direction générale de la culture, Service de la musique). Thanks to David Baltuch, Alexis Boilley, Rodrigo Sigal, and Annette Vande Gorne.
The diptych Solar Winds…and Beyond was awarded First Prize in the Musica Nova 2015 International Competition of Electroacoustic Music (Prague, Czech Republic).

Valerio Sannicandro - COSA TI HANNO FATTO IN GAZA
Although with a direct reference to Luigi Nono’s work, this piece is a short, immediate sonic witnessing of a personal state of being.
Starting from low-fi recordings coming from Middle East collected about one year ago, step by step, voices are rising from silence and noises.

Paulo Bastos - Luz e Calor 
Nestas obras eletroacústicas propõem-se uma abordagem psicadélica que mergulha o ouvinte num espectro sonoro de indefinições, distorções e elementos nonsense. As duas obras, “QSE_089” e “Luz e Calor” apresentam a percepção sonora de coisas ilusórias, mesmo nas peças aparentemente mais concretas há irrealidade. Tudo se transforma e organiza num quadro permanente de “Inter-Sonho”. Em “QSE_089” ouvem-se vozes reais que questionam quem somos – (Q)uem (S)ou (E)u, quem somos nós afinal, a identidade como forma única de nos afirmarmos perante o mundo. “Luz e calor”, inspirado num texto de Manuel Bernardes, aborda, numa mescla de vozes (geradas por inteligência artificial) em várias línguas, a questão do exemplo como condição básica e essencial do mestre perante o discípulo.
"Não há modo de mandar, ou ensinar mais forte, e suave, do que o exemplo: persuade sem retórica, impele sem violência, reduz sem porfia, convence sem debate, todas as dúvidas desata, e corta caladamente todas as desculpas. Pelo contrário, fazer uma coisa, e mandar, ou aconselhar outra, é querer endireitar a sombra da vara torcida."
Manuel Bernardes

Zuriñe F. Gerenabarrena - Fyr 
Fyr, which comes from the Swedish language and means "Lighthouse". It is a piece inspired by the voice as based material. On the one hand as a communicative language, the language as a border, text and their meaning and understanding; on the other hand the sound emanating from the words, the musicality of its own with different speeds, pitchs, expressions giving it strengh.
I explored in this work the relationships emerging as pure sound and I searched a constructive relationship between the internal and outside sound, where the possibilities, the stimuli of nature linked with technology resources produced and processed in studio.
In Fyr the voice is material that is atomized to assimilate to the sonorous landscape. It's shell and path of an elusive meaning that caresses the memory, encouraging from listening to cross utopian islands.
Voice:  Matilda Andersson.
Composed in Studio Alpha in VICC, Visby (Sweden), as artist in residence.

Eduardo Patriarca - O infinito sendo quase nada
Diversas leituras de um poema de Raquel Patriarca são a base desta peça, que recorre somente à manipulação das mesmas, criando diversos planos de cenografia sonora representando o texto. O poema em si mesmo só é ouvido claramente uma única vez pela voz da autora, que simultaneamente se transforma na estrutura fundamental de toda a peça.
Uma meditação sobre o prolongamento da palavra e de como em diferentes contextos esta desagrega-se da sua função primordial, sem, no entanto, perder a sua essência estrutural.

Ângela da Ponte - Ground 
Desde o meu regresso ao Porto em 2015, tenho assistido ao crescimento contínuo do turismo, uma tendência refletida nas cidades de todo o mundo. Este aumento levou à gentrificação urbana, transformando a paisagem da cidade. O ruído constante da vida urbana e a construção em andamento tornaram-se uma perturbação diária, tornando difícil encontrar equilíbrio. Esta peça explora o conceito de densidade e ruído, com o objetivo de apresentá-los de forma bela em espaços imaginários—talvez novos espaços urbanos onde ambientes criativos possam restaurar a harmonia.

Mario Mary - Aarhus - violino e electrónica fixa 2000 - 10'45"
for violin and tape - 2000 - 10'45"
Commissioned by Bodil Rørbech and DIEM, Denmark
Realized at the DIEM
First Prize TRIME 2001, Argentina
Prize Prize Musica Nova 2002, Prague, Czech Republic
Mention Bourges 2002, France

Composed in 4 movements: The mist of Aarhus, Bodil, Interludio, Barefooted woman's dance, this mixed work tries to take advantage of the possibilities of the electroacoustic composition in the studio and, at the same time, to achieve a precise synchronization between the instrument and the electronic part, typical of the devices in real time. The electroacoustic part, recorded on support, has been carefully transcribed in the score to give as much help as possible to the instrumentalist who must interpret a "virtuous" chamber music. Through the violin-electroacoustic relationship different techniques of mixed orchestration have been developed, as well as fusion-fission timbre.

Dia 23 de março (domingo)
  • 19h30-Concerto                               
 Programa

Annette Vande Gorne - Vox Alia (IV & V) 
Ângela Lopes - Cantique (Música para Imagens) / Harmonium
Marta Domingues - A Cathartic Postcard **
Cândido Lima - Cadenza.Monodia (Versão Acusmática)
Mariana Vieira - O Encontro Inesperado do Diverso 
João Pedro Oliveira - Singularity - violoncelo e electrónica fixa

**estreia em Portugal a propósito do Prémio da Fondation Annette Vande Gorne
Miguel Rocha - 
solista Ensemble DME - violoncelo

Annette Vande Gorne - Vox Alia (IV & V) 
...Vox Dei ? This short work combines human choral voices when a ritual brings them together and unifies them: from children's games and their cries to those of demonstrators protesting in the public space, or even those of babies, to the litanic ritual of communal prayers. Close to the spirit of the Hörspiel, she affirms the necessity of sound recording as a basis for her work, and consequently plays with degrees of image recognition (iconic or their imprints), to communicate with the listener's imagination. Its form is a succession of small, different tableaux, all linked to the other parts of Vox Alia.

Work produced in 16 channels in the Musiques & Recherches "Métamorphoses d'Orphée" multiphonic studio in 2023. First performance in the inaugural concert of the AVdG foundation on 29 November 2023 at the Espace Senghor, Brussels.

Ângela Lopes - Cantique (Música para Imagens) / Harmonium
O tempo cronológico de ambas as obras marca-as esteticamente e define a própria compositora à altura, o seu percurso e a sua situação no contexto escolar. Aproxima-as o tipo de som electroacústico, ainda muito analógico. O crossfade faz ressoar as afinidades de Cantique no fervilhar sonoro de Harmomium, nas cadências, nos impulsos, na forma. O piano (transformado) está presente em ambas, utilizando as técnicas várias, como retrogradação, transposição, filtragem, utilização da síntese sonora, entre outras.

Marta Domingues - A Cathartic Postcard **
(electrónica fixa de 16 canais)
Realizada no estúdio Métamorphoses d’Orphée — Musiques & Recherches em
Agosto de 2024
Encomenda da Fundação Annette Vande Gorne.
Para escrever esta peça, propus ao percussionista Francisco Cipriano que gravasse uma improvisação livre, sem directrizes musicais ou que instrumentos usar. O desafio que coloquei a mim mesma foi trabalhar unicamente com este material sonoro e realizar uma obra sem quaisquer outros sons, excepto os dele. A procura de re-combinar e recompor o mundo sonoro que me foi dado resultou num postal musical catártico, de mim para quem ouve.
A peça A Cathartic Postcard foi criada durante uma residência artística em Agosto de 2024 nos estúdios da Musiques et Recherches em Ohain, Bélgica, como resultado de uma bolsa concedida pela Fundação Annette Vande Gorne em 2023.

Cândido Lima - Cadenza.Monodia (Versão Acusmática)
A composição de CADENZA-quando se abrir o sol enquadra-se na temática de outras obras escritas pelo compositor no interior do primeiro ano de pandemia. Os termos dos títulos e subtítulos destas obras, tais como neumas, diafonia,  hoquetus, variações (tropo), prelúdio-intermezzo, laura (Petrarca), canto (Nuno de Montemor), monodia e cadenza reflectem músicas, mistérios, símbolos, atmosferas e pandemias de épocas passadas, na música e em outras esferas da vida humana. Aos títulos, de cariz técnico, formal e abstrato, são associados sub-títulos poéticos alusivos às sombras e esperanças que o mundo tem vivido  durante esta clausura global. Os confinamentos impediram tantas presenças pessoais em eventos e numa delas escrevi, num texto para ser lido ao público presente, em Dezembro de 2020, a frase do subtítulo: “quando se abrir o sol”. Um ano de angústias e de esperanças que fui vendo nos meios de comunicação, marquei-o em obras concebidas e escritas em datas charneira dos meses de Março, Maio, Julho, Outubro e Novembro de 2020 e nos meses de Fevereiro, Abril e Maio de 2021. 
Num distanciamento pessoal entre o emotivo e o racional, entre a obra em si, a mensagem humana que nelas se esconde assente em técnicas abstractas de engenharia e de arquitectura, cadenza é um paradigma. Com efeito, Cadenza é um termo que aponta para diversos sentidos ao longo da história da música, mas em todo o caso significa sempre um fecho, um repouso, um fim, entre aspectos de execução puramente instrumental e de improvisação à volta de ideias pré-estabelecidas. Nesta partitura alterna a atmosfera das formas primitivas vizinhas do cantochão e a escrita virtuosística de música instrumental moderna e contemporânea. Cenários reais  e simbólicos como pontes de um estar entre épocas distantes em diálogo em toda a obra.
Num português corrente o sentido da obra pode traduzir-se por uma cadência gradual dos efeitos da pandemia.
Dirigido aos deuses e às religiões que abandonaram a humanidade, esta partitura poderia ter por título “anátema” a eles dirigido, ou por título “hino” aos cientistas e à ciência que vêm resgatando a humanidade da fatalidade de mais uma pandemia.
A versão tocada será apenas acusmática.

Mariana Vieira - O Encontro Inesperado do Diverso 
Peça livremente inspirada nos escritos de Maria Gabriela Llansol, onde convergem personagens de diferentes épocas e realidades. Interessou-me explorar a interação entre gravações de campo e samples recolhidos numa improvisação feita com um sintetizador modular, modificada através de processos como micromontagem. Formalmente, a peça está organizada em quatro momentos de texturas contrastantes.

João Pedro Oliveira - Singularity - violoncelo e electrónica fixa
Uma singularidade (singularity) é um fenómeno que se relaciona com várias áreas do conhecimento. Em cosmologia, a singularidade encontra-se no centro de um buraco negro (resultante de uma estrela que entrou em colapso sobre si mesma), onde a matéria se comprime até ocupar uma região inimaginavelmente pequena, cuja densidade em seu interior resulta infinita. Tudo quanto passa dentro de uma certa proximidade de uma singularidade será inexoravelmente atraído e nunca poderá escapar a essa atração. Esta obra opera com densidades muito pesadas, em que se contrapõe o instrumento, que tenta continuamente (e sem sucesso) escapar do peso e da força que a eletrónica transmite.
Esta obra foi encomendada pelo Conservatório de Viseu e é dedicada a Miguel Rocha. 

Obras e compositores selecionados para a instalação sonora:
Adolfo Núñez - Nuestra cápsula
Alejandro Casales - Ring
Ali Balighi - Odyssey in Soundscape
Ali Rıza Saral - Patterns 1
Anselmo Guerra - Amazon Soundscape
Andrés Lewin-Richter - Estudio de filtros
António Ferreira - Escape Mechanism
Barry Yuk Bun Wan - Five Elements
Clemens von Reusner - Fleeting Experience
Danilo Rossetti - Confluências
Dimitris Savva - Spacing In
Ely Janoville - Contrast circles
Enrico Dorigatti - Morphogenesis
Enrico Francioni - Sixteen for sixteen
Ernst van der Loo - Void Population
Francisco Javier Trabalón Ruiz - Museo_Sonoro_VE_2_FR
Frank Ekeberg - Hyperthermic
George Edmondson - Memory Sea
Gerard Erruz - Aspra (La coreografia del so)
Giulia Francavilla - Flow States #4
Guilherme de Almeida - O carago
Hector Bravo Benard -Broken Hourglass
Huichun Yang - One Breath
Jiajing Zhao - Glitchopolis
Jean-Marc Duchenne - L'énigme des objets (Nature morte vivante)
John Nichols - Parables
Joshue Ott - A Walk Through O
kurivari project - Süsinik
Lise-Lotte Norelius - There is something in the air
Matteo Tundo - Genesis Astratta
Mattia Benedetti - Doorframes covered in masking tape
Matias Homar - Harpsihammond
Nayaka Farrell - Lost contact ( electronic ) Op. 14
Nikos Stavropoulos - Par une belle fin d'apres-midi
Panayiotis Kokoras - Qualia
Penelope Bekiari - Sound Perceptions of Samothrace
Pietro Trallori - Acousmates
Riccardo Tesorini - HyperReal
Stefano Catena -Travelling without moving
Tássio Mendes Caetano -Voxspheres
Taxiarchis Diamantopoulos - CityScape 3.0
Totaleee (Giuseppe Pisano, Paolo Montella, Andrea Laudante)- Non è un compendio di etologia numerico- digitale
Vasiliki Legaki- Leaning Together
Wiktor Mastela- Akronafplia II


Annette Vande Gorne

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ⒸMichael Zacherl
Fundadora e directora do Centro ''Musique & Recherches'' e dos Estúdios "Metámorphoses d'Orphée'', criados em 1982, em Ohain, Bélgica. Organizadora do 1º Festival Internacional de Música Acusmática de Bruxelas em 1984 e de numerosos concertos desde então. É editora da publicação Lien.

É professora de Composição Electroacústica nos Conservatórios de Liège, Bruxelas e Mons, desenvolvendo trabalho de investigação na área da espacialização da música electroacústica sobre suporte.    
                                                         
Protagoniza concertos na Bélgica e internacionalmente. Desde 1999, começou a organizar um curso internacional de Verão em Espacialização e, desde 1987, em Composição Electroacústica. As suas obras podem ser escutadas em festivais e programas de rádio que apresentam eletrónica em suporte fixo.

Os seus interesses relacionam-se com: a busca de arquétipos energéticos que relacionem a sua obra; as relações com a palavra, som, e significado proporcionados pela tecnologia electroacústica; a composição do espaço enquanto parâmetro musical e a sua relação com os outros quatro parâmetros (timbre, duração, altura e amplitude) e possíveis arquétipos que relacionem estes elementos. O seu trabalho é centrado na prática musical acusmática, incluindo a suite TAO e Ce qu’a vu le vent d’Est, que renova os laços da música electroacústica com o passado, com algumas intercepções com outras formas artísticas, incluindo teatro, dança, escultura, etc.



Elizabeth Anderson

A produção artística de Elizabeth Anderson abrange obras acusmáticas, mistas e radiofónicas, assim como obras  multimédia e instalações sonoras. A sua música ganhou prémios internacionais e foi interpretada em locais de renome a nível mundial ao longo de mais de trinta anos.

Atualmente, é professora no departamento de composição electroacústica no Conservatório Real de Mons, onde ensina composição acusmática multifónica e semiótica aplicada à música electroacústica.

Completou os seus primeiros estudos em música nos Estados Unidos antes de estudar composição com Jacqueline Fontyn e composição electroacústica com Annette Vande Gorne na Bélgica. Obteve o doutoramento em composição electroacústica com Denis Smalley na City University de Londres (Inglaterra, Reino Unido) em 2011.

A sua abordagem criativa e pedagógica está subjacente à sua investigação sobre a percepção da música electroacústica. Publicou ainda vários artigos sobre a sua pesquisa. Em 2022, foi eleita membro pleno da Classe de Artes da Real Academia da Bélgica.


João Pedro Oliveira

João Pedro Oliveira ocupa o cargo de Corwin Endowed Chair em Composição na Universidade da Califórnia em Santa Barbara. Estudou orgão, composição e arquitetura em Lisboa. Concluiu o doutoramento em Música na Universidade de New York em Stony Brook. Sua música inclui composições orquestrais, música de câmara, música eletroacústica e vídeo experimental. 

Recebeu mais de 70 prémios internacionais pelas suas obras, incluindo o prestigiado Guggenheim Fellowship em 2023, bem como o Magisterium de Bourges e Prémio Giga-Hertz, o 1o Prémio no concurso Metamorphoses, o 1o Prémio no concurso Musica Nova. Foi professor na Universidade de Aveiro e na Universidade Federal de Minas Gerais. 

Publicou diversos artigos em revistas nacionais e internacionais, e escreveu um livro sobre teoria analítica da música do século XX.


Mario Mary

Possui um doutoramento em "Estética, Ciência e Tecnologia das Artes" pela Universidade Paris 8, França.

Atualmente, é Professor de Composição Electroacústica na Académie Rainier III no Mónaco, além de ser Diretor Artístico dos festivais internacionais "FIME" e "Cervantes Electroacústico" (Argentina).

Criou e dirigiu as "Rencontres Internationales de Musique Electroacoustique" (Mónaco) entre 2011 e 2019.

Entre 1996 e 2010, lecionou Composição Assistida por Computador na Universidade Paris 8, onde criou e dirigiu o "Cycle de concerts de musique par ordinateurs".

Também trabalhou como compositor-investigador no IRCAM ("AudioSculp, tutorial de cross synthesis").

Mario MARY ganhou cerca de trinta prémios de composição instrumental, electroacústica e mista na França, Itália, Bélgica, Finlândia, Grécia, Portugal, República Checa, Polónia, Argentina e Brasil. Realizou mais de uma centena de palestras e cursos em vários países da Europa e da América Latina.

Através das suas obras, desenvolveu técnicas próprias de orquestração electroacústica e polifonia espacial.


Valerio Sannicandro

Ⓒ Annie Waterman
Compositor, maestro einvestigador, Valerio Sannicandro estudou na Alemanha (com York Höller, Hans Zender, Peter Eötvös), em França (com Emmanuel Nunes) e obteve o doutoramento em Musicologia em Berlim (Technische Universität).

Profundamente imerso na ideia de espaço, a obra musical de Sannicandro abrange desde peças para solistas até grandes obras orquestrais, incluindo voz, teatro musical com um extenso uso de eletrónica ao vivo, tendo trabalhado no IRCAM, GRM, ZKM, Experimentalstudio Freiburg, ICST Zürich, Tempo Reale Firenze, entre outros. Associado (AAR 2013), Artista-em-Residência na Villa Kujoyama (Kyoto, Japão).                                                                                                                                                                                 
Valerio Sannicandro recebeu vários prémios (Claudio-Abbado-Kompositionspreis da Akademie der Berliner Philharmoniker, Musica Viva Munique em 2002 e 2010, Kranichsteiner Musikpreis em 2000 nos Ferienkurse Darmstadt) e várias encomendas (Bienal de Veneza, Donauschinger Musiktage, entre outras).


Zuriñe F. Gerenabarrena

Estudou composição com C. Bernaola e Franco Donatoni.

Gerenabarrena escreveu peças para orquestra, ensemble, teatro, dança, acusmática, instalações sonoras e espetáculos multidisciplinares.

Ela trata a evolução do som no tempo de uma forma muito livre, de modo que a sua música é apresentada com gestos e notas que se quebram num discurso labiríntico, renovando-se ao longo do tempo para, posteriormente, se basear no timbre como um elemento estrutural. É importante destacar o uso dos meios electrónicos, que transformam a paisagem sonora e aprofundam as possibilidades de transformação em um pensamento que, por fim, chega à sua obra instrumental e vocal.

É professora de Contraponto, Harmonia, Fundamentos de Electroacústica e Composição Eletrónica no Mestrado em Criação Musical Contemporânea, na MUSIKENE (Conservatório Superior de Música do País Basco).


Ângela da Ponte

Ângela da Ponte (1984/Açores) é compositora, professora no Conservatório de Vila Real, Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo, e investigadora no CESEM – Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical. Recebeu encomendas e a sua obra foi interpretada por vários ensembles, solistas e orquestras prestigiadas, incluindo o Smirnov Quartet (Academia de Música de Basileia), Remix Ensemble (PT), Oregon Symphony (EUA), Vertixe Sonora (ES) e Ensemble New Babylon (DE).

O reconhecimento do seu trabalho inclui a performance e estreias em vários festivais, como o Festival Visiones Sonoras 2016 (MX), Audiokineza (PL), Kulturfabrik – 33,7 Festival (LU), Música Viva Festival 2022 (PT), e várias distinções, incluindo a representação de Portugal no 67º Rostrum Internacional de Compositores (RS), o Prémio Ibermúsicas 2022 – Categoria Composição e Estreia, a obra selecionada para os ISCM World Music Days 2023 na África do Sul, e o primeiro prémio no 1º Concurso Internacional de Composição de Lied Álvaro García de Zúñiga.


Ângela Lopes

Ângela Lopes, natural de Arada (Ovar-Portugal), n.1972. Concluiu a licenciatura e o CESE na ESMAE (Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo), Porto, em 2000, na classe de composição do professor Cândido Lima. Estudou ainda com Virgílio Melo, com quem colaborou na realização electrónica de obras diversas e no grupo MC47 – grupo de música mista da ESMAE, com Filipe Pires e com Álvaro Salazar, partilhando com este último a edição de um CD, Dual. Em 2004 frequentou brilhantemente o Doutoramento na Universidade de Aveiro, sob orientação e coorientação dos compositores João Pedro Oliveira e Mário Mary (na Universidade Paris VIII), respectivamente.

Tem participado com frequência na realização técnica electroacústica de obras várias do compositor Cândido Lima como em MÚSICAS DE VILLAIANA-coros oceânicos (2009), CHANTIER-Melodias em Pedra (2019), BAGATELA PARA MARIMBA E ELECTRÓNICA-1770-2020 (Beethoven) (2020) ou, ainda, Três Regalos-Nova versão para saxofone contralto (2020), entre outras.

Colabora e/ou participa com regularidade nos festivais Música Viva e DME /Dias de Música Electroacústica dos compositores Miguel Azguime e Jaime Reis, respetivamente. De salientar a sua colaboração na projeção electroacústica das obras musicais Madonna of Winter and Spring de Jonathan Harvey, na Casa da Música, no Porto (Música Viva 2007) e Mixtur de Karlheinz Stockhausen, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa (Música Viva 2008), ou a sua participação, em parceria com o compositor Cândido Lima, no projeto A paisagem sonora em que vivemos, apresentado durante a 55ª edição do festival DME, em 2017; a sua participação na 3ª edição do Simpósio Cultura e sustentabilidade, no Lisboa Incomum, com a estreia da obra Reciclo-Recírculos e a comunicação Reciclo-Recírculos – em forma de sanza (reutilizar-reciclar), em 2019.

Compõe para formações diversas, música mista, música electroacústica e de multimédia, apresentadas em concertos no país e no estrangeiro, tais como Brasil, Coreia do Sul, Espanha, Holanda e China, por intérpretes de renome na música contemporânea. Música para teatro. Obras editadas em partituras e CDs e/ou DVDs, o último dos quais Obras Portuenses da década de 20 (Bouça, Campanhã, Miragaia e Pasteleira) produzido pela SONOSCOPIA e com Coprodução da Cultura em Expansão / Câmara Municipal do Porto (2023). É editada também pelo Centro de Investigação e Informação da Música Portuguesa. É membro da Fondazione Adkins Chiti (Itália), da Associação de Compositores de Portugal e da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).

Em 2021, a sua obra Reciclo-Recirculos – em forma de sanza, a integrar a Candidatura Oficial da Miso Music Portugal/ MIC.PT, enquanto Secção Portuguesa da ISCM, foi selecionada para o Festival World New Music Days 2021, com realização na China [Shanghai e Nanning].

Em 2022, organizado pelo Sond’Ar-Te Electric Ensemble e Miso Music Portugal, Associação sem fins lucrativos dedicada à promoção, desenvolvimento e promoção da música contemporânea, tanto portuguesa como internacional, com fundos da DgARTES, da República Portuguesa e outros, é realizado o concerto monográfico-Ângela Lopes, no qual é estreada a obra TRAMA – mural para murad, obra dedicada ao Sond’Ar-Te Electric Ensemble e a Nádia Murad, Nobel da Paz, ativista de direitos humanos e primeira Embaixadora da Boa Vontade para a dignidade dos sobreviventes de tráfico humano das Nações Unidas.

Temas como a igualdade de géneros e os direitos humanos, ou a condição feminina e a valorização do trabalho e a importância das mulheres para uma sociedade plural e equilibrada são abordados pela autora noutras obras como Fong-Song (2012), Luz dum Impossível – Variações d’Arada (2013), E(H)LLE(M) - sete momentos em forma de trança (2017), Au-delà The blue – Pelo outono (2021), ou Trio para vibrafone e electrónica_Paráfrase (2024).

É professora de Análise, Composição, Acústica Musical e Oficina de Música. Atualmente, é presidente da Direção da Academia de Música de Santa Maria da Feira e, simultaneamente, integra o órgão colegial da Direção Pedagógica.


António Sousa Dias

António de Sousa Dias (Lisboa, 1959) é compositor, performer e criador transdisciplinar, explorando a intersecção entre som, imagem e tecnologia. Professor Associado com agregação na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde exerce atualmente o cargo de Presidente.

O seu percurso artístico atravessa a composição instrumental, a música electroacústica, a criação audiovisual e a performance, abrangendo a música para cinema e audiovisuais – ficção, documentário, animação – e a composição de obras explorando diversos géneros (instrumental, electroacústico, misto), performance, teatro musical, instalação e o multimédia. 

A sua obra caracteriza-se por uma abordagem que tanto dialoga com a tradição como explora as potencialidades do digital e da programação na criação sonora e musical. Para além da sua atividade criativa, dedica-se à preservação do património musical, promovendo a recuperação, reinterpretação e disponibilização de obras de diferentes autores, contribuindo para a sua divulgação e redescoberta.


Cândido Lima

Cândido Lima nasceu em 1939 em Viana do Castelo. Compositor, pianista, organista, professor, cronista, crítico, divulgador, ensaísta, conferencista, investigador.

Diplomado com os cursos superiores de piano e composição nos Conservatórios de Música de Lisboa e do Porto. Curso de Filosofia e Humanidades Clássicas da Faculdade Filosofia de Braga. Doutoramentos em Paris, Paris I e Paris II/Sorbonne (Xenakis e Michel Guiomar). Cursos internacionais, de Cascais a Santiago de Compostela a Bilthoven a Darmstadt. Como professor, pianista, compositor, comentador e director desempenhou funções diversas nas salas de concerto e de escolas do país.

Fundou o Grupo Música Nova nos anos 70/80, apresentando em Portugal pela primeira vez obras de Xenakis, Kaija Saariaho, Jean-Baptiste Barrière, Pascal Dusapin, Marc Battier, Philipp Manoury, Risset, Chowning entre outros, integrando música portuguesa instrumental e não instrumental na sua programação. Participou activamente nas Reformas do Ensino nos anos 70 e 80. Dirigiu as Semanas de Música de Viana do Castelo, dando seguimento às antigas Semanas de Música de Ruben A. e de Madalena Perdigão.

De entre as as diversas manifestações artísticas em que se tem envolvido, destacam-se as obras A-MÈR-ES e OCEANOS, compostas no mesmo período, são o primeiro caso em Portugal de obras onde se misturam em simultâneo orquestra, electrónica e computador. Escreveu também ensaios e outros textos, publicados e inéditos.


Cristóvão Almeida

Cristóvão Almeida ingressou na Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART) em Castelo Branco, onde completou a Licenciatura em Música, variante de Formação Musical, Direção Coral e Instrumental (FMDCI) em 2022.

Atualmente, prossegue o seu percurso académico na Escola Superior de Música de Lisboa
(ESML) com uma segunda licenciatura em Composição, onde estuda atualmente com Carlos Caires.

Enquanto compositor, a sua peça “Until Quantum” foi seleccionada no âmbito do projecto “Música em Criação” para apresentação nos Reencontros de Música Contemporânea 2023, organizados pela associação Arte no Tempo no Teatro Aveirense. Teve também a sua peça acusmática estreada tocada no dia 10 de Janeiro de 2024 após ter sido selecionado juntamente com outros 3 compositores numa iniciativa da Associação Claraboia, no projecto Decomposição - Mostra de Compositores Emergentes. Mais recentemente, no dia 22 de junho de 2024, foi estreada no Lisboa Incomum a sua obra Foco no Desfoque para oboé e electrónica em tempo real, até oito canais, uma encomenda do oboísta Tiago Coimbra.

Integra as equipas de produção do Projecto DME, Lisboa Incomum e EMSCAN.

Participou ainda em seminários/workshops com Annette Vande Gorne, com a qual teve sessões individuais, Daniel Teruggi, Jonty Harisson, Thomas Gorbach, Enrique Mendonza, Åke Parmerud, Jaime Reis, Franck Bedrossian, entre outros.


Eduardo Patriarca

Nascido na cidade do Porto, em abril de 1970, estudou composição e piano. Frequentou o Mestrado e Doutoramento na Universidade de Aveiro sob orientação de Isabel Soveral.
A sua escrita está ligada ao Budismo, é remanescente da Escola espectral, com uso frequente de fractais e de padrões próximos ao conceito de mantras, de onde derivam ideias de ciclos e policiclos, resultantes de um pensamento polifónico derivado das estéticas medievais e renascentistas.



Filipe Esteves

Licenciou-se em Composição na Escola Superior de Música de Lisboa, onde foi aluno de António Pinho Vargas, João Madureira, Luís Tinoco, Sérgio Azevedo, Carlos Caires (informática musical) e José Luís Ferreira (música eletrónica). Paralelamente frequentou workshops e conferências no âmbito da composição musical e música electrónica sob direcção de compositores/investigadores de referência como: Agostino Di Scipio, Barry Truax, Eduardo Reck Miranda, Emmanuel Nunes, John Chowning, Miguel Azguime, Simon Emmerson, Takayuki Rai, Flô Menezes, etc. 
A sua produção musical, que inclui música instrumental e música acusmática, tem sido apresentada por diversos ensembles e "orquestras de altifalantes", em Portugal e no estrangeiro.
Em 2018 a 1ª versão da sua peça acusmática "Sul e Sueste - Gare" foi selecionada para integrar o CD antológico da Confederação Internacional de Música Electroacústica (encontro de Pequim).
Em 2021 foi editado o CD monográfico "Sul e Sueste" (MISO Records) com música acusmática da sua autoria e, em 2025, será editado o segundo CD monográfico, "Sons interiores /Interior dos sons" (MISO Records), também com música acusmática da sua autoria.
Além da atividade de compositor, colaborou ainda na produção/direção artística do Ensemble Orchestrutopica.


Jaime Reis (n. 1983) é um compositor português.
Ⓒ Sofia Nunes

Estudou Composição e Música Electroacústica com João Pedro Oliveira, Emmanuel Nunes e K. Stockhausen. Continuou os seus estudos de doutoramento na Universidade Nova de Lisboa em Etnomusicologia.
O pensamento musical de Jaime Reis é informado pelo seu grande interesse pela investigação em ciências naturais e pela sua permanente atenção às tradições musicais - e, de facto, espirituais - asiáticas.
Um dos seus focos é a dinâmica das formas, forças e fluxos em música. Explora percursos polifónicos espaciais através de sistemas de som imersivos em forma de cúpula.
Outra característica marcante da sua música é a presença de conceitos complexos que sustentam a construção das suas peças, muito embora não distraindo o ouvinte da sua beleza sensível. As ideias funcionam como funções ocultas que, apesar do seu rigor intelectual, geram formas musicais voluptuosas.
Jaime Reis é professor de Composição e Música Electroacústica na Escola Superior de Música de Lisboa (ESML) e investigador no Instituto de Etnomusicologia da Universidade Nova de Lisboa. É director artístico do Projecto DME e do Lisboa Incomum, que desenvolvem uma intensa actividade de investigação e criação de música erudita contemporânea.
A sua música foi tocada em todo o mundo por ensembles e músicos como Christophe Desjardins, Pierre-Yves Artaud, Aida-Carmen Soanea, Ana Telles, ensemble Fractales, Ensemble Horizonte, Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, Machina Lírica, Orchestre de Flûtes Français e Aleph Gitarrenquartett.
Bio. por Monika Streitová, flautista e Professora na Universidade de Évora;
retirada de jaimereis.pt; actualizada em Maio 2020.


João Castro Pinto

Iniciou a sua actividade como compositor e performer de música experimental e como artista sonoro / intermédia na segunda metade dos anos 90. A sua produção compreende os domínios da soundscape composition, da live electronics, da música acusmática e da rádio arte. É licenciado em Filosofia pela U.N.L., encontrando-se actualmente focado na conclusão de um doutoramento na U.C.P. – C.I.T.A.R. (Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes), onde é investigador. Castro Pinto é um compositor publicado pelo MIC.PT (Centro de Investigação e Informação da Música Portuguesa) e tem lançado trabalhos por editoras como: Miso Records, Unfathomless, Hemisphäreの空虚, etc. Tem apresentado o seu trabalho pela Europa, América e Ásia, em festivais e venues como: INA-GRM Multiphonies (França), Seoul International Computer Music Festival (Coreia), ICMC – International Computer Music Conference (EUA), Experimental Intermedia Foundation (EUA), ISCM – World Music Days Festival (Estónia), etc.


Jorge Ramos
Ⓒ Teresa Projeto


Jorge Ramos é um compositor, artista sonoro e investigador português, vencedor de vários prémios, atualmente residente em Londres. Escreveu música a solo, de câmara, sinfónica, mista, electroacústica, com eletrónica ao vivo, para cinema, palco, instalações e publicidade para festivais, orquestras, ensembles e solistas na Ásia, América do Norte, América Central, América do Sul e Europa, colaborando também com outros artistas e/ou instituições em contribuições artísticas e/ou design de música para computador.
Recebeu encomendas e os seus parceiros do trabalho estendem-se para além da sala de concertos e incluem grandes solistas e organizações internacionais como Arte no Tempo, Banda Sinfónica Portuguesa, Braga Media Arts, Braga '27, Orquestra Calouste Gulbenkian, Casa da Animação, Cat's Cradle Collective, Frederic Cardoso, gnration, ORA Singers, Orquestra Clássica do Centro, RE: FLUX '16, Ricardo Pires, RTP/Antena 2, Sónia Oliveira, The Hermes Experiment, UNDERSCORE Film Festival.
Recebeu bolsas e prémios da Academia de Flauta de verão, Caixa Geral de Depósitos, Fundação Calouste Gulbenkian, Escola Superior de Música de Lisboa, Festival Internacional de Órgão de Braga, Fernando Otero, Fundação da Juventude, Fundação para a Ciência e a Tecnologia, iMelody Music Club, Leões de Portugal, Miso Music Portugal, Orquestra Clássica do Centro, Banda Sinfónica Portuguesa, Royal College of Music London, Royal Music Association, RTP/Antena 2, Sociedade Portuguesa de Autores, Tomaribando, The ACTOR Project, The National Flute Association e República Portuguesa - Ministério da Cultura.
Foi compositor residente em várias instituições de prestígio, incluindo a Orquestra Calouste Gulbenkian, Estúdios Victor Córdon, Sentidos Ilimitados e Grand Théâtre Luxembourg. Jorge Ramos detém graus pelo Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga, pela Escola Superior de Música de Lisboa e é Doutorado em Composição Musical pela prestigiosa Royal College of Music de Londres. Atualmente é colaborador e mentor no The ACTOR Project - Orchestration practice in the 21st century: New methods and tools for analyzing, creating, and teaching orchestration (CAN) e colaborador em Investigação em Música Contemporânea no CESEM Pólo IPL ESML (PT). É artista ENOA - European Network of Opera Academies.


José Carlos Sousa

José Carlos Almeida de Sousa nasceu em Viseu - Portugal, em 1972. Estudou no Conservatório de Viseu e na Universidade de Aveiro onde concluiu uma Licenciatura e mais tarde um Mestrado em Composição. 
Foi conjuntamente com Paula Sobral organizador e diretor artístico do Concurso e Festival Internacional de Guitarra Clássica de Sernancelhe, durante 15 anos consecutivos.
Desde 2008 que organiza e é o Diretor Artístico do Festival de Música da Primavera de Viseu.
Em 1995 ganhou o primeiro prémio do 1º concurso de composição do conservatório onde estudou, com a obra infantil para piano, Almofada. No Concurso de Composição Electroacústica “Música Viva 2000”, foi agraciado com uma Menção Honrosa. Em Abril de 2001 foi premiado com a sua obra Viagem no referido concurso, integrado no Porto 2001 Capital Europeia da Cultura. 
As suas últimas obras, resultam da encomenda de várias instituições nacionais e internacionais e a sua música tem sido tocada em vários festivais nacionais e internacionais de música na Europa e América.
Atualmente é professor de composição no Conservatório de Música de Viseu, exercendo também o cargo de Diretor Pedagógico do Conservatório desde 2004. 


Mariana Vieira

Mariana Vieira (Sintra, 1997) completou a licenciatura em Composição e o mestrado em ensino de música na Escola Superior de Música de Lisboa, onde estudou com Carlos Caires e Jaime Reis.
O seu catálogo inclui música acusmática, mista e instrumental, para formações de música de câmara, ensemble, orquestra e a solo, bem como obras didácticas.
A sua música foi apresentada em festivais como Young Euro Classic (Alemanha), L'Espace du Son (Bélgica), Audio Art (Polónia), Electroacoustic Music Days (Grécia) Crossroads e Echoes Around Me (Áustria), Monaco Electroacoustique (Mónaco), Aveiro_Síntese e Música Viva (Portugal). 
Recebeu prémios como o “European Composer Award” (Alemanha) em 2017 com a sua peça "Raiz", escrita para a Jovem Orquestra Portuguesa (JOP), o “Electronic Music Composition Contest” da revista Musicworks (Canadá) em 2021 e o concurso “Young Lion*ess of Acousmatic Music” promovido pelo “The Acousmatic Project” (Áustria) em 2022.
Além da sua produção composicional, interessa-se por desenvolver projectos artísticos que combinem música e tecnologia, trabalho que concretiza enquanto membro da equipa do projecto DME, do espaço Lisboa Incomum e da associação EMSCAN. É Professora Assistente na Escola Superior de Artes Aplicadas (Castelo Branco, Portugal).


Marta Domingues
Ⓒ André Simões

Marta Domingues (n. 2000) é compositora. Encontra-se a terminar o Mestrado em Composição na Escola Superior de Música de Lisboa, sob a orientação dos compositores Jaime Reis e Annette Vande Gorne, com quem estuda regularmente em Bruxelas, e a frequentar em simultâneo o Mestrado em Ensino da Música com o compositor Carlos Caires.
Colaborou na organização do Projecto DME e Lisboa Incomum entre 2020 e 2024. O seu catálogo inclui obras acusmáticas, mistas e instrumentais, solo e para diversas formações. Com a sua música procura ligações entre a prática musical acusmática e a instrumental, nomeadamente nos traços energéticos do som, e na sua relação de reciprocidade com o gesto e o movimento.
A sua música tem sido apresentada em diversos contextos e festivais de música contemporânea em Portugal, Irlanda do Norte, Bélgica, França, Alemanha, Áustria, Suécia e Chipre. Foi premiada no concurso Métamorphoses 2020 (Bélgica), Young Lion*ess of Acousmatic Music (Áustria) e obteve uma recomendação na 69a edição da Tribuna Internacional de Compositores (Holanda).
A sua música está publicada pela Influx/ Musiques et Recherches (Bélgica) e edições DME/Lisboa Incomum.
Colaborou na organização do Projecto DME e Lisboa Incomum entre 2020 e 2024.

Paulo Bastos

Paulo Bastos nasceu em Vila Pouca de Aguiar. Iniciou os seus estudos musicais na Escola de Música do Porto, sob orientação da Professora Hélia Soveral. Grande parte da sua produção composicional centra-se na música de câmara e na música infanto-juvenil, apesar do número significativo de obras orquestrais, para instrumento solo e electrónica. É professor desde 1996 no Conservatório de Braga onde ensina Composição e Música Electrónica. Foi responsável pela implementação do primeiro curso secundário de composição em Portugal, a funcionar desde 2000 neste conservatório, e do qual é proveniente uma nova, e já muito numerosa, geração de compositores e compositoras denominada a Escola de Composição de Braga.


Ricardo Guerreiro

Ricardo Guerreiro (Lisboa, 1975)
Desenvolve a sua actividade artística predominantemente no âmbito da música electroacústica, enquanto compositor, intérprete, improvisador ou assistente musical.
Tem um particular interesse pela composição e integração de som sintético generativo na expressão musical/sonora, quer na sua fixação com elementos provenientes de field-recording ou performativamente, no âmbito de formações instrumentais mais convencionais. Colaborou com diferentes músicos na composição de situações performativas de contexto diversificado, representadas em várias edições discográficas (editoras Crónica, Creative Sources e b-boim).
A sua aproximação ao som tem sido progressivamente influenciada pelas disciplinas clássicas das denominadas ‘artes visuais’, nomeadamente o desenho, a pintura e a escultura. Uma maior consciencialização desta relação tem-no levado a privilegiar musicalmente características como a textura sonora de fundo (o silêncio pós-Cage), o sentido de escala (tempo, durações, proporções), a morfologia interna da matéria sonora implicada, bem como a encenação formal dos diferentes elementos sonoros.
Fez música e sound design para filmes de Maria Mire (Parto sem Dor; Clandestina) e Rui Simões (Primeira Obra). Investigador no CESEM (Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical) da FCSH da Univ. Nova de Lisboa, é doutorado em Ciência e Tecnologia das Artes, com especialização em Informática Musical / Computer Music (2015) pela Escola das Artes da Universidade Católica do Porto.


Rocío Cano Valiño 

Compositora e designer de interiores. A produção musical de Rocío é dedicada a peças instrumentais, mistas e electroacústicas. É membro do comité artístico do Ensemble Orbis, sediado em Lyon e co-fundado por ela. A música de Rocío foi interpretada por ensembles como: Proxima Centauri, HANATSUmiroir, Paramirabo, Ensemble Ars Nova, Ensemble Orbis, Duo PARCOURS, Q-SIÓN, entre outros... Colaborou como cenógrafa e designer 3D na ópera “QU'EST-CE QUE L'AMOUR?” do compositor Demian Rudel Rey. A sua peça “Fanguyo” - para fagote duplo e ensemble, encomendada pela Radio France - foi criada no Festival Présences 2025 por Antoine Pecqueur e o Ensemble Linéa dirigido por Jean-Philippe Wurtz a 9 de fevereiro de 2025 no Studio 104 da Maison de la Radio et de la Musique em Paris.
Recebeu várias encomendas e apoios de: Apoio à escrita do Ministério da Cultura [FR]; Radio France [FR]; Festival Présences [FR]; FNArtes [AR]; SACEM [FR]; Studio Césaré CNCM [FR]; GRAME CNCM [FR]; GRM Musical Research Group [FR]; Puce Muse [FR]; Ibermúsicas [AR-América Latina]; Festival Bahía[in]sonora [AR]; OARA [FR]... As suas composições foram selecionadas e interpretadas em diversos festivais em todo o mundo.
Rocío concluiu um mestrado em Composição Contemporânea no CNSMD de Lyon [França], onde estudou com François Roux. Realizou um programa de mobilidade internacional na Universität für Musik und darstellende Kunst Graz [Áustria] com Franck Bedrossian. Recebeu bolsas de estudo como: Nguyen Thien Dao 2023, Mozarteum Argentino Gisela Timmermann e é vencedora da Fondation d'entreprise Société Générale C'est vous l'avenir para o ano de 2024.
Em 2017, a editora Resterecords lançou o seu primeiro álbum monográfico “Tâches”. A música de Rocío é publicada por Babel Scores, Score Follower, Musiques & Recherches, Monochrome Vision, Taukay Edizioni Musicali e Phas.e. La Lettre du Musicien publicou o seu “Portrait double vie” escrito por Antoine Pecqueur na edição “Architecture” em 2020.


Rui Penha

(créditos: Bruno Nacarato)
Compositor, artista intermédia e performer de música electroacústica, Rui Penha nasceu no Porto em 1981. Completou um Doutoramento em Música (Composição) na Universidade de Aveiro. A sua música foi tocada e gravada por músicos como Arditti Quartet, Peter Evans, Remix Ensemble ou Orquestra Gulbenkian. Foi fundador e curador da Digitópia (Casa da Música) e tem um grande interesse pela relação entre a música e a tecnologia. A sua produção recente inclui interfaces para expressão musical, software para espacialização sonora, instalações interactivas, robôs musicais, autómatos improvisadores e software educativo. Nos últimos anos, tem-se debruçado em particular sobre o lugar para a criação artística em contexto académico. Leccionou em diversas instituições de ensino superior Portuguesas (FEUP, DeCA-UA, ESART-IPCB, ULP), e é actualmente Professor Coordenador e Vice-Presidente da ESMAE-IPP, bem como Investigador Integrado no CESEM.


Alex Waite

Alexander Waite é um pianista australiano baseado na Alemanha. Alex tem colaborado com artistas como Silvia Carredu, Peter Hill e Steve Davislim, e é o pianista do Ensemble ELISION. Teve oportunidade de tocar em palcos e festivais na Europa, Ásia, EUA e Austrália, incluindo Shanghai New Music Week, Metropolis, Festival de Melbourne, BIFEM, National Concert Hall of Taiwan, e o Center for 21st Century Music in Buffalo, e na rádio na Austrália (ABC Classic e a rede MBS), no Reino Unido (BBC) e na Alemanha (WDR). Trabalhou com compositores incluindo Liza Lim, Michael Maierhof, Turgut Erçetin, Martin Schüttler, Isabel Mundry e Aaron Cassidy, que está actualmente a trabalhar numa peça de piano para Alex, apoiada pela Fundação Siemens. Alex Waite é também pianista do Ensemble DME desde 2022. 
Alex está actualmente baseado em Stuttgart, onde está a ser orientado por Nicolas Hodges e faz parte do pessoal do HMDK. Em 2023, Alex estará também a visitar o corpo docente durante um semestre na ESML, Lisboa.


Beatriz Costa

Produção e violinista Ensemble DME
Beatriz Costa (1996) é uma violinista portuguesa sediada em Lisboa. Graduada e mestre (cum laude) em Performance Musical pelo Conservatório Real de Bruxelas – Bélgica, graduada em violino pela Escola Superior de Artes Aplicadas, Portugal, tendo terminado o curso secundário de violino no Conservatório Nacional, em Lisboa.
Participou em workshops dedicados às práticas musicais contemporâneas com grupos como Ensemble Modern (Alemanha), Ensemble Fractales (Bélgica), Ensemble Horizonte (Alemanha) e Remix Ensemble (Portugal).
Tem tocado em países como Portugal, Espanha, Áustria, Bélgica, República Checa, Mónaco, Suécia, Brasil, Cabo Verde, e.o.
Colabora com diversos ensembles dedicados às práticas musicais contemporâneas como o Remix Ensemble, Barcelona Modern  Ensemble, Lisbon Ensemble 20/21, Concrète [Lab] Ensemble, e.o., sendo, desde 2020, violinista do Ensemble DME.
Para além da sua atividade artística, interessa-se pelo desenvolvimento de projetos artísticos, comunitários e pedagógicos, trabalho que desenvolve como produtora do Projecto DME e do Lisboa Incomum.


Miguel Rocha

Miguel Rocha vencedor do 1.º Prémio de “Virtuosité” de Lausanne, assim como, do 1.º Prémio do “Concours Internacional de Musique UFAM”. Miguel é um músico versátil e completo, desenvolvendo intensa atividade como solista ⁠em vários estilos e épocas musicais. Amante de música contemporânea e do período barroco, com especial interesse em Música de compositores portugueses, destacando-
se também, como músico de câmara, bem como pedagogo.
Miguel foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian no ano de 1983-85, que o levou a estudar em Paris e em Praga. Prosseguiu o seu aperfeiçoamento no Conservatório de Maastricht e na Academia Superior de Basileia, como bolseiro da SEC.
É membro do Duo Contracello, desde 1993, com o qual gravou inúmeros CD. Também com o Trio Athena, gravou CD em França contendo os trios de Debussy e Beethoven. No violoncelo barroco, com o Avondano Ensemble, participou na edição e gravação de repertório inédito português do séc. XVIII – As quatro sonatas e dois duos de João Baptista André Avondano, com o violoncelo Stradivarius “King of Portugal”, e na gravação de um segundo CD, com os Trios Sonata de Pedro António Avondano, com o
violoncelo Galrão do séc. XVIII.
Gravou recentemente dois CD, intitulados Guillaume Lekeu – Music for Violin, Cello and Piano, (que foi transmitido pela Radio France/France Musique em Paris) e Ernest Chausson/Eugène Ysaÿe – Music for Violin, Cello and Piano (CD destacado na Radio France/France Musique em Outubro de 2022 e premiado com Le Clic – distinção máxima – na Classique News em Paris) respectivamente para a etiqueta dinamarquesa “Brilliant Classics” e a holandesa - “Et’cetera”.
Atualmente, é Professor Coordenador de Violoncelo na Escola Superior de Castelo Branco – ESART, membro do Duo Contracello, do Duo Sigma, dos Ensembles Avondano e Tesseract e é frequentemente o convidado de inúmeras Masterclasses nacionais e internacionais.
É descrito pela critica internacional: “exibe uma energia de intensidade dramática, sombria e sóbria” - Sonograma Magazine em Barcelona; “keep that sense of free rhapsody alongside poetic meditation” (World of Classical Musik – Planet Hugill); “Una escucha convertida en todo un itinerario por la calidez y la elegante exuberancia del juego de colores y atmósferas creadas…” (RITMO.es)