NEGENTROPIA | Hugo Paquete
NEGENTROPIA
ópera pós-techno de Hugo Paquete
5 de Julho de 2024, 19h30, Lisboa Incomum
ópera pós-techno de Hugo Paquete
5 de Julho de 2024, 19h30, Lisboa Incomum
O Lisboa Incomum recebe o projecto NEGENTROPIA, uma ópera pós-techno de Hugo Paquete a produzida pela Absonus Lab - Produção Musical, Música Contemporânea.
A entrada é gratuita, mediante reserva para [email protected]
Sinopse:
Entre num universo disruptivo onde um último homem pensa, como delírio, os seus restantes dias, procurando uma revelação no seu fôlego terminal, como forma extravagante de sobrevivência numa terra radical e árida de fragmentos colapsados, outrora símbolos da monumentalidade tecnológica, do poder e progresso civilizacional. Elementos apagados na erosão do tempo contemporâneo deste último homem, como poeira cósmica onde persiste o seu desejo de sobrevivência.
Esta obra, dirigida e concebida por Hugo Paquete, apresenta-nos um universo pós-apocalíptico distópico, onde a música eletrónica, ruído e interação se unem em 5 atos onde se explora o lugar e circunstância da existência num último suspiro, o fim de um homem num deserto austero eletrónico como nuvem pós-apocalíptica, onde a existência colapsa em loucura e asfixia. Inspirada nas obras do compositor Jani Christou, NEGENTROPIA recria e expande as composições Anaparastasis I: The Baritone (1968) e Anaparastasis III: The Pianist (1968), elevando a sua experiência a novas intensidades, contextualizando-as numa meta-dramaturgia sonora, visual e cénica, com recurso a improvisação e programações de leituras de co2 para som, numa catarse como suspensão da tragédia humana e tecnológica.
Esta peça, desenvolvida em formato site-specific para a cúpula do planetário do Porto, apresenta conteúdos em vídeo 3D, criados por Julius Horsthuis, e som espacializado para oito canais de áudio, transportando os sentidos para um mundo dissonante de ritmo e ruído.
O formato apresentado no Lisboa Incomum é uma adaptação do projeto.
No palco, contamos com o barítono Rui Baeta que personifica "o último homem", acompanhado por manipulações eletrónicas de Hugo Paquete. Somando, ainda, a participação especial de músicos convidados para as diferentes apresentações, tais como Pedro Carvalho e Ianina Khmelik no violino, e Cláudio de Pina no sintetizador e programações, presente na performance do Lisboa Incomum.
Este projeto conta ainda, com uma equipa de atores, performers e geradores de ruído na sua versão integral, tais como: Bruno Sousa, Amanda Duda, Alex Alvão, Delrik Borba, Flora Gouveia, Rita Rocha e Rodrigo Guimarães - assumem o papel de ecos humanos, evocando memórias de uma humanidade perdida entre o passado e o futuro.
Exploramos neste projeto os conceitos: ecologia radical, astronomia, ciência, misticismo e morte, tradições imaginárias e misteriosas para se desvendar os limites do eu perante o abismo. Procura-se, assim, partir do ritual catártico tecnológico, da voz em cena, onde o mito, o transcendente, o primordial e o ritual moldam o pânico e a histeria como conceitos operativos diante do apocalítico, numa abordagem estética de cruzamentos disciplinares e disruptiva.
O projeto é financiado pela Direção Geral das Artes (Dgartes) e pela República Portuguesa / Cultura. Conta também com o apoio institucional das seguintes entidades: Planetário do Porto, Centro Ciência Viva, Lisboa Incomum, Escola Superior Artística do Porto (ESAP), Universidade do Algarve, Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC), Artech Internacional, ACE: Teatro do Bolhão, LTK4: Center Court Festival, Maus Hábitos - Espaço de Intervenção Cultural, e Museu da Música Mecânica.
Garanta o seu lugar nesta experiência única e descubra os limites da existência humana num mundo à beira do abismo.
Explore um universo pós-apocalíptico em NEGENTROPIA: O Último Homem na Terra Devastada, uma experiência operática pós-techno dirigida por Hugo Paquete.
Outras informações aqui.
Créditos Técnicos e Artísticos:
Direção Artística, Conceito, Direção Musical e Composição, Performance e Dramaturgia: Hugo Paquete
Reinterpretação Musical: Jani Christou: Anaparastasis I: O Barítono (1968) e Anaparastasis III: O Pianista (1968)
Barítono e Performance: Rui Baeta
Instrumentista e Performance Violinista: Pedro Carvalho
Instrumentista e Performance Violinista: Ianina Khmelik
Instrumentista e Performance Organista: Cláudio de Pina
Atores: Bruno Sousa, Amanda Duda, Alex Alvão, Delrik Borba, Flora Gouveia, Rita Rocha, Rodrigo Guimarães e Rúben Moreira
Conteúdo 3D e Animações: Julius Horsthuis
Design de Hardware: Christopher Zlaket
Design de Software: David Stingley
Maquilhagem e Cabelo: Kateryna Kornilova
Figurinos, Adereços, Cenografia e Iluminação: Absonus Lab team
Operação de Som e Luz: Absonus Lab team
Conteúdo Digital e Gravação: Luna Castro e Hugo Vale
Assistente de Produção: Erica Frota
Gestão Financeira: Susana Nobre
Produção: Absonus Lab
Hugo Paquete é um artista sonoro multidisciplinar, investigador e docente. Explora música eletrónica, acusmática, media arte digital e performance. O seu trabalho reúne experimentações teóricas e práticas com estéticas pós-industriais, pós-minimalistas e pós-digitais na música e na arte e tecnologia. Tais como, experimentação nos domínios do ritmo e do ruído, como forma de significação para lidar com aspetos metapolíticos e imaginativos entre cultura popular e erudita na arte contemporânea. Foi bolseiro de investigação da Fundação para a Ciência e Tecnologia, 2017-2022. Doutorado em Média-Arte Digital pela Universidade Aberta, 2022. Frequentou a Componente curricular do Doutoramento em Ciências Musicais - Música como Cultura e Cognição na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2017-2019. É Mestre em Criação Artística Contemporânea, Universidade de Aveiro, 2014 é licenciado em Artes Plasticas pela Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha, 2010. Atualmente, é investigador no Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC) e no grupo ID+ [UA / DeCA]: Praxis and Poiesis da Universidade de Aveiro. Foi residente no ZKM/ Zentrum für Kunst und Medientechnologie de Karlsruhe, no antigo IMA e atual HertzLab, desenvolvendo investigação em espacialização sonora e música eletrónica entre 2011 e 2022 em múltiplos projetos. Colaborou com o artista lituano Julijonas Urbonas no projeto Talking Doors, que ganhou uma distinção em arte interativa no Festival Prix Ars Electronica 2010, uma recomendação do júri no 14º Japan Media Arts Festival (Tóquio, 2010) e uma menção honrosa no Festival Media, Live 2011 Grand Prix (Turku, Finlândia). Foi bolseiro da Calouste Gulbenkian Foundation em 2018 e do projeto i-PORTUNUS da comunidade europeia em 2019, desenvolvendo investigação no ZKM / Hertz Labortory.
Seleção de festivais e apresentações de trabalhos: Festival Ars Eletronica em 2022 em Linz, Áustria. (ODO): No Body Lives Here in 2020 no ZKM/Zentrum für Kunst und Medientechnologie, Karlsruhe, Alemanha. Cosmos em 2018 no ZKM/Zentrum für Kunst und Medientechnologie, Karlsruhe, Alemanha. 13e édition de La Semaine du Son: Faire et écouter le son dans l' espace no Atelier Des sons dans l'air em 2016, França. Corpus em 2017 no World Stage Design, Taipei, Taiwan. Corpus em 2017 no festival Transart de cultura contemporânea, Bozen, Itália. Sonic Arcade: Shaping Space with Sound by Radius em 2017 e 2018 no MAC: Museum of Arts and Design, Chicago, Estados Unidos da América. Festival In-Sonora em 2016 na La Casa Encendida, Madrid, Espanha. Festival Sweet Thunder em 2014 no Fort Mason Center, São Francisco, Estados Unidos da América. IMA/ Structures no ZKM |Institute for Music and Acoustics em 2013, Karlsruhe, Alemanha. PNEM Festival de Arte Sonora em 2013, Uden, Holanda. Festival Internacional da Criatividade, Inovação e Cultura Digital: Inovação da Ciência da Arte na TEA: Tenerife Espacio de Las Artes em 2013, Espanha. Segundo Festival 0P3NR3P0 Gli.tc/h, em 2013 no Museum of Contemporary Art em Chicago, Estados Unidos da América. Festival Zeppelin no Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona, em 2013, Espanha. IN-SONORA VII Exposição de Arte Interativa e Sónica. Museu Rainha Sofia em 2011 Madrid, Espanha. Audiorama, Ars Acustica 4 em 2011 Estocolmo, Suécia. Corpus Pygmalion em 2011, ZKM /Zentrum für Kunst und Medientechnologie, Karlsruhe, Alemanha. MEECAS: The Midwestern Experimental Electronics Conference and Showcase at Lizard's Liquid Lounge, em 2010 Chicago, Estados Unidos da América. SoundGate: Uma parte de Port2010. Kunsten Museu, Centro e Plataforma Utzon4 em 2010 Aalborg, Dinamarca. Sonic Vigil V, Catedral de St Fin Barre`s em 2010 na Irlanda. Festival Música Viva, Centro Cultural de Belém em 2009 Lisboa, Portugal. Festival Zeppelin. Centre de Cultura Contemporània de Barcelona em 2009, Espanha. 39-Imeb-concours internationaux de Bourges Musiques electroacoustiques et Arts Electroniques em 2009, França. Festival Música Viva, Centro Cultural de Belém em 2008 Lisboa, Portugal. Festival Zeppelin no Centre de Cultura Contemporània de Barcelona em 2008. Prix Ars Electronica in Digital Music, Ars Eletronica, Linz, Áustria, em 2007. Festival DAW'07: Semanas de Arte Digital, ETH Zurique, Instituto de Sistemas Informáticos em 2007, Suíça. SSTFM em 2007 no Festival FILE Electronic Language International, Festival em São Paulo, Brasil, entre outros.
Rui Baeta iniciou os seus estudos musicais no Conservatório Regional do Algarve Maria Campina, na classe de canto da soprano Ana Ester Neves, e posteriormente no Conservatório Nacional, em Lisboa, na classe de canto da soprano Filomena Amaro. É diplomado em Canto pela Escola Superior de Música de Lisboa, na classe de canto do tenor Luís Madureira, e obteve o Título de Especialista em Música – Canto pelo Instituto Politécnico de Lisboa. Desenvolveu o seu aperfeiçoamento artístico em diversas instituições de ensino artístico especializado das quais se destacam: Centre de Musique Hindemith, Suíça; Academie Francis Poulenc, França, com o barítono François Le-Roux; e Mozarteum Salzburg, Áustria, com o Professor Richard Miller. Com o pianista Paulo Pacheco vence o Primeiro Prémio Jovens Músicos - Música de Câmara Nível Superior. Aos 18 anos de idade ingressa no Coro da Fundação Calouste Gulbenkian onde permanece cerca de 10 anos e inicia a sua carreira como cantor solista. Com 25 anos de idade estreou-se no Teatro Nacional de São Carlos, na interpretação de Mr.Plunket, em The English Cat de Hanz Werner Henze, dirigida por João Paulo Santos e encenada por Luís Miguel Cintra. Desde então, com orquestras como a Orquestra Barroca D’Aquém Mar, Orquestra do Algarve (Clássica do Sul), do Norte, das Beiras, Nacional do Porto, Sinfónica Portuguesa, Filarmónica Portuguesa, Camerata de Lyon, Camerata do Concertgebouw, Metropolitana e Gulbenkian, tem somado no seu repertório operático e de concerto os principais solos e papeis de barítono como em La Bohéme, Madama Butterfly, Flauta Mágica, Idomeneo, I Pagliacci, Les Contes D’Hoffmann, Hänsel und Gretel, The Litle Prince, Venus and Adonis, Der Kaiser Von Atlantis, As Variedades de Proteu (CD), O Corvo (CD), O Monstro no Labirinto, A Tabacaria ( CD), O Regresso da Norma (CD), As Flores do Mal (CD) O Manifesto Nada (CD), Beatriz, Lieder eines fahrenden Gesellen, Les Nuits D’Été, Carmina Burana, Ein Deutsches Requiem, Petite Messe Solennelle, Requiem de Fauré, Requiem de Bontempo, Requiem de Mozart, 9ª Sinfonia de Beethoven Johannes Passion e Ich Habe Genung de Bach, Missa Grande de Marcos de Portugal (CD), Reset de Vasco Mendonça e Endless Box de Mieko Shiomi, assim como um diversificado repertório de recital de compositores como Schubert, Schumann, Strauss, Brahms, Fauré, Duparc, Ravel, Falla, Pinho Vargas, Tomás Borba, Vianna da Motta e António Fragoso. Atualmente, desenvolve a sua carreira artística nas principais salas do país e no estrangeiro.
Para além de diversas gravações realizadas para a Rádio Televisão Portuguesa e os seus variados canais, foi professor de Voz no Teatro Nacional D. Maria II, na Escola Superior de Teatro e Cinema, na Companhia Olga Roriz, na Universidade de Évora, na Act Escola de Actores, na Nicolau Breyner Academia, na New School of Business and Economics, Egas Moniz School of Health & Science, dos actores protagonistas dos filmes Variações e Fada do Lar do realizador João Maia, de jornalistas da TVI, CNN Portugal e CMTV, e de ilustres estadistas.
Em 2019, ano em que recebe a Medalha de Ouro da Cidade de Faro, fundou o Coro Comunitário da Orquestra do Algarve (Clássica do Sul) do qual é director musical e preparador vocal. No presente integra a direção artística da Orquestra do Algarve.
Cláudio de Pina, artista sonoro, improvisador, organista, compositor e investigador. Titular do órgão histórico da Igreja Paroquial da Ajuda. Investigador do Grupo de Investigação em Música Contemporânea (CESEM, FCSH-UNL). Possui um Diploma de Estudos Avançados em Artes Musicais (FCSH/ESML) no domínio da música contemporânea para órgão. Mestre em Artes Musicais, na área da música electroacústica e música contemporânea para órgão, com distinção no Quadro de Honra, Melhor Mestre 2018/19 (FCSH). Encontra-se actualmente a terminar o doutoramento, na mesma área académica. Foi bolseiro de investigação da FCT a partir de 2021/24. Estudou no Instituto Gregoriano de Lisboa, Hot Jazz Club e Eng. Física na FC-UL. Estudou também com Adrian Moore, Åke Parmerud, Annette Vande Gorne, Barry Truax, César Viana, Eurico Carrapatoso, Gilles Gobeil, Hans Tutschku, Jaime Reis, Vincent Debut e Trevor Wishart.
A sua produção artística e científica centra-se em: análise musical, composição, música electroacústica, música acusmática, paisagem sonora, acústica, síntese sonora, órgão e estudos de interpretação. O seu trabalho tem sido premiado, editado e publicado internacionalmente em eventos como Arte no Tempo, Aveiro Síntese, Binaural Nodar, Encontro Nacional de Investigação em Música, Encontro Internacional de Tecnologia e Música, Festival DME, Festival Música Viva, MUSLAB, Festival Zeppelin, Matera/Intermedia, Nova Contemporary Music Meeting, New Adventures in Sound Art, Perpectivas Sonoras, World Listening Project e L'Espace du Son.
As suas obras acusmáticas foram publicadas nas colecções MA/IN 2019, Métamorphoses 2020 e Deep Wireless #18 2024, onde foi finalista nestes concursos.
Em 2020, publicou Asteroeidēs, música para órgão e electrónica, e Palimpsestus, música acusmática.
Em 2022, lançou Avant-garde Organ, uma edição crítica de obras de vanguarda no órgão histórico português. O álbum foi financiado pela Fundação GDA, com o apoio do CESEM, Ministério da Cultura de Portugal, e foi editado pela 9musas e distribuído pela Codax Music. Este álbum teve críticas favoráveis nas revistas Ípsilon, Scherzo e The Wire, para além de ter sido objecto de entrevistas internacionais e de transmissão televisiva e radiofónica.
Em 2023, em colaboração com o nova-iorquino Andrew Levine, lançou o álbum Aether Ventus, órgão com sintetizadores modulares e theremin. Realizou o centenário de György Ligeti em 2023 no Museu Nacional da Música e na conferência internacional do NCMM. Executou oito horas do ciclo de obras ASLSP/Organ2 de John Cage no Museu Nacional da Música. Actuação na 30ª edição do Festival Música Viva com obras para órgão de Bruno Gabirro, Diogo Alvim e Ivan Moody.