Cultura & Sustentabilidade 2023



Cultura & Sustentabilidade

7ª Edição

24 e 25 de Novembro de 2023  | Lisboa Incomum


O evento "Cultura e Sustentabilidade" é coorganizado anualmente pelo Lisboa Incomum e pelo Projeto DME. Contando com seis edições desde 2017 (ano de inauguração do Lisboa Incomum), tem como objetivo fomentar uma discussão interdisciplinar (artística, científica, política) sobre os papéis que as práticas artísticas podem assumir para a consciencialização ambiental, intervindo na discussão sobre temas como a sustentabilidade e a ecologia. Esta discussão é feita entre o público e os convidados do evento através de diferentes tipos de actividades como conferências, concertos e workshops.

À semelhança do ano 2022, a edição deste ano é também co-organizada pelo CCMAR - Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve e está de regresso nos dias 24 e 25 de Novembro, no espaço Lisboa Incomum. Com a curadoria de Guilherme Tito Santos, o evento traz quatro painéis, uma demonstração e dois concertos que unem os temas da sustentabilidade e cultura à alimentação.

A entrada para os eventos é gratuita, mediante reserva para [email protected].


Sinopse:

A alimentação é um património coletivo, legado por quem esculpiu paisagens nos territórios e as culturas que neles assentaram raízes. Mas a cultura dominante há muito que descura a profundidade da raiz- organizámos a alimentação das nossas sociedades em complexos e híper-produtivos sistemas alimentares, capazes de superar o espaço dos territórios e o tempo das estações, para acomodar uma insustentável cultura de consumo alimentar. À custa de uma má gestão da nossa água, solo e energia, temos sempre tudo, mas não para todos; quem come, tende a comer demais; e desperdiça-se cerca de um terço daquilo que se cresce. Temos que mudar o metabolismo dos nossos sistemas alimentares se queremos construir sociedades prósperas, justas e sustentáveis.

Nos centros urbanos, onde a população se concentra, a alimentação esculpiu os seus espaços públicos, as suas vias e a sua toponímia. Com a sua expansão, a distância entre a comida e a sua origem foi-se ampliando, desconectando grande parte das pessoas da realidade da produção alimentar . Nas cidades, é difícil ter a noção do poder que é exercido sobre a paisagem para garantir a nossa alimentação ou da fragilidade desse aprovisionamento face aos crescentes impactos das alterações climáticas. 

Hoje, Lisboa alimenta cerca de 30% da população nacional, mais os 4,5 milhões de turistas que a visitam todos os anos. Nunca houve tanta comida na cidade, tanta gente a querer comer diferente ou tanta gente a trabalhar para que haja comida. O lugar da alimentação mudou com o pós-crise, no espaço e na cultura: os novos sítios e tendências de consumo alimentar são uma das marcas mais evidentes da transformação da paisagem lisboeta, na natureza do seu espaço, as pessoas que o usufruem e as formas como o fazem.

Estabelecendo um nexo entre alimentação, sustentabilidade e cultura, pretendemos que o evento Cultura e Sustentabilidade de 2023 promova reflexões sobre a sustentabilidade dos lugares que a alimentação ocupa nos nossos espaços e na nossa cultura. Fenómeno ubíquo e central nas nossas sociedades, a alimentação será o ponto de partida para um conjunto de performances, debates e workshops que têm em comum a alimentação como prisma de uma visão sobre a paisagem envolvente.  

- Guilherme Tito Santos, curador

Programa:

24 Novembro 2023

19:30-20:15 | Performance
Ricardo Almeida, plantas, sensores e electrónica
Carlos Santos, electrónica
Ângelo Cid Neto, bailarino
Mariana Dias, bailarina

20:15-21:00 | Painel:
Cultura e Ecologia: paisagens, expressões e sustentabilidade
Ricardo Almeida, Carlos Santos, Ângelo Cid Neto e Mariana Dias
JOY Food (Joana Bento e Alice Artur)

25 Novembro 2023

14:30-15:45 | Painel: 
A sustentabilidade alimentar e as alterações climáticas globais
Amílcar Duarte
Isabel Barrote

16:00-17:15 | Painel: 
Comércio, restauração e consumo alimentar em Lisboa: evoluções, tensões e sustentabilidade 
Joana Lucas, 
Pedro Guimarães
Sílvia Olivença

17:30-18:45 | Painel:
O sistema alimentar de Lisboa e a sua sustentabilidade: evolução de uma paisagem
Mariana Salvador

19:00-19:20 | Demonstração:
Sementes Vivas
Luis Cravinho

19:30-20:30 | Concerto de música acusmática
Música de Manuella Blackburn, Konstantinos Karathanasis, José Carlos Sousa e Åke Parmerud
Espacialização: Jaime Reis

Todas as conferências, workshops e concertos possuem entrada gratuita mediante reserva para [email protected]



Dia 24 de Novembro às 19h30


Performance "Infinity garden" | Ricardo Almeida, Carlos Santos, Ângelo Cid Neto e Mariana Dias

Ricardo Almeida, plantas, sensores e electrónica
Carlos Santos, electrónica
Ângelo Cid Neto, bailarino
Mariana Dias, bailarina


Painel: Cultura e Ecologia: paisagens, expressões e sustentabilidade  

Joy Food (Joana Bento e Alice Artur):

No seu trabalho artístico/performativo trabalham experiências imersivas, sensoriais e comestíveis onde reivindicam a importância da criação de novos rituais, seculares, selvagens, cosmopolitas e contemporâneos. Do gesto e do tempo se espreme sabor que conta história. Em performances onde a toalha sobre a mesa serve de tela para um gesto performado e oferecido que se intenciona multiplicador de cuidado e atenção ao que fomos e podemos ser.

Ricardo Almeida, Carlos Santos, Ângelo Cid Neto e Mariana Dias | infinity garden:

“infinity garden” consiste num cruzamento multidisciplinar e diálogo bidirecional entre o tecido humano e vegetal, resultando de uma conceção e criação conjunta entre os músicos Carlos Santos e Ricardo Almeida e os bailarinos Ângelo Cid Neto e Mariana Dias. Esta criação procura especular sobre a fusão entre ser humano e meio ambiente, distorcendo e entrelaçando diferentes pontos de contacto na criação de uma entidade híbrida.
Através da criação de instrumentos digitais instigados pela natureza; luz, água, eletricidade, movimento, gravidade e variados organismos convertem-se num mecanismo acusmático e performativo propenso à reflexão sobre a interferência humana no ecossistema. No espaço idealizado pelos artistas, qualquer organismo é um instrumento e qualquer instrumento afeta os diferentes organismos. Quanto tempo até que a solidez da terra se dilua no ar? Quanto tempo até essa nova ecologia?
Em suma, “infinity garden” tenta retratar as tensões e distensões entre corpo e macroestrutura, fabricando uma atmosfera artificial orientada à sensibilização ambiental através do som e da dança, mediada por múltiplos sensores.

Dia 25 de Novembro às 14:30-15:45

Painel: A sustentabilidade alimentar e as alterações climáticas globais

Amílcar Duarte e Isabel Barrote:

Desde sempre que a natureza é a nossa fonte de alimento. A capacidade de nos organizarmos em grupos permitiu, a certa altura, o cultivo das terras e o sedentarismo. Uma das consequências do sedentarismo foi o aumento da população mundial, que foi ainda mais importante após a revolução industrial, nos séc. XVIII e XIX. Foi também após a revolução industrial que a concentração atmosférica de CO2 começou a subir significativamente, a par com outros gases com efeito de estufa. O aumento da população mundial obrigou ao aumento da produção de alimentos e de outros bens, acarretando a destruição de ecossistemas e o aumento da poluição ambiental e da libertação de gases com efeito de estufa.  As consequências são conhecidas e são cada vez mais faladas sob a designação de alterações climáticas globais: fenómenos climáticos extremos mais frequentes, aumento da temperatura média do planeta, subida do nível médio do mar, etc. Os agrossistemas ocupam uma parte importante do território, tendo efeitos sobre o clima e sendo afetados por ele. Importa, pois, refletir sobre o que é possível fazer para, num contexto de um clima em alteração, alimentar uma população em crescimento e minimizar o efeito sobre o clima e a poluição. Atualmente, a mudança do ambiente resultante das alterações climáticas coloca novos desafios e poderá implicar a perda de capacidade de produção agrícola. Práticas agrícolas e modelos de consumo mais sustentáveis poderão ser uma componente importante na mitigação das alterações climáticas, exigindo ações coletivas e individuais.

Dia 25 de Novembro às 16:00-17:15

Painel: Comércio, restauração e consumo alimentar em Lisboa: evoluções, tensões e sustentabilidade 



Joana Lucas:

Tal como todas as cidades, Lisboa é um lugar onde cabem muitas culturas alimentares. Nos últimos anos esta diversidade de práticas e consumos acentuou-se, tornou-se mais visível e mostrou-nos que dentro de Lisboa existem muitas cidades, que nem sempre coexistem de forma harmoniosa. 
Nesta apresentação pretende-se abordar o impacto dos recentes fenómenos de turistificação e gentrificação, e a forma como alteraram a paisagem alimentar da cidade, acentuando radicalmente a dicotomia entre a “cidade do consumo” e a “cidade do labor”. Ao mesmo tempo, fluxos migratórios, mais e menos recentes, vão criando redes e lugares de abastecimento e consumo alimentar diversificados, que contribuem igualmente para a transformação da paisagem alimentar de Lisboa. 
Finalmente, o desafio será a resposta a algumas perguntas suscitadas por estas metamorfoses: Quem pode afinal consumir na cidade? E quem consome, poderá fazê-lo de forma sustentável? 


Pedro Guimarães:

O comércio é um setor dinâmico. Ao longo do tempo, identificam-se processos inovatórios através de novas práticas comerciais, de novos formatos que surgem e conquistam quota de mercado, da introdução de novas tecnologias que modificam o processo de compra e até da evolução da relação entre o comerciante e os seus clientes. Neste processo de destruição criativa, existe um ajustamento do tecido comercial, frequentemente através do desaparecimento de ‘comércios’ desajustados com a contemporaneidade. Nesta comunicação vou-me centrar em duas das tipologias comerciais que mais mudanças têm sofrido no presente, nomeadamente o comércio alimentar e a restauração. Num primeiro momento, irei apresentar as linhas gerais que caraterizam a evolução de ambas as tipologias, sendo que num segundo momento procurarei discutir os efeitos que esta evolução provoca ao nível da sustentabilidade social da cidade. Esta comunicação procura trazer à discussão: (i) a mudança de parte do comércio visto como ‘funcional’, para uma lógica de ‘consumo e lazer’; (ii) os efeitos negativos da evolução das tipologias comerciais referidas para as franjas da população consideradas como vulneráveis; (iii) a espacialidade do processo em análise, tendo como unidade de análise a cidade de Lisboa.

Sílvia Olivença:

Inicialmente como uma ‘brincadeira’, e cruzando o background académico em Psiquiatria Transcultural, Antropologia e Psicologia Clínica, o amor por Portugal e alimentação, Sílvia Olivença, fundou um projeto de experiências gastronómicas e culturais, em Lisboa, designado por Oh! My Cod.  Desde 2017, tem trabalhado com comunidades locais, num modelo de slow food travel, composto por experiências gastronómicas e culturais, com pequenos grupos de viajantes e interessados. Através destas experiências os convidados são conectados com questões sociais e culturais, de uma forma divertida e gastronómica, onde o pensamento crítico, a sustentabilidade e o ecletismo predominam. Atualmente, a equipa recebeu mais de 60 mil convidados e foram recentemente premiados como melhor Projeto de Touring Cultural pelos Prémios Património Ibérico. Considerando a Oh! My Cod como um dos “gatekeepers” da cultura gastronómica, vamos nesta apresentação explorar de que forma promovem o património alimentar e a sustentabilidade através das suas actividades. 

Dia 25 de Novembro às 17:30-18:45


Painel: O sistema alimentar de Lisboa e a sua sustentabilidade: evolução de uma paisagem


Mariana Salvador:

Ao longo do tempo, a alimentação e o abrigo combinaram-se em complexas realidades urbanas — paisagens alimentares — em constante mutação e onde se expressavam os diálogos entre Natureza e Cultura, em cada momento. Actualmente, essa relação pauta-se por desafios e tensões sociais, ambientais e económicas, que reflectem a sociedade e valores contemporâneos. Estas transformações têm sido visíveis na cidade de Lisboa, configurando a sua Paisagem Alimentar Histórica até à contemporaneidade, confluindo para uma identidade única que hoje enfrenta desafios globais. Contudo, é ainda nesta interrelação que reside o potencial maior de alcançar uma cidade sustentável e resiliente.

Dia 25 de Novembro às 19:00-19:20

Demonstração: Sementes Vivas

com Luís Cravinho

A Herdade do Couto da Várzea, em Idanha-a-Nova, é o centro nevrálgico da recuperação de sementes das mais diversas variedades de hortícolas, ervas aromáticas e flores. Todo o procedimento é feito através da certificação em modo de produção biológico e em agricultura biodinâmica.

Dia 25 de Novembro às 19:30-21:00

Concerto de música acusmática


Programa:
Manuella Blackburn: Kitchen Alchemy (2007) (12’)
Konstantinos Karathanasis: Ode To Kitchen (2015) (8’)
José Carlos Sousa: Souks (2018) (8’)
Åke Parmerud: Crystal Counterpoint (2009) (13’)

Espacialização: Jaime Reis

Notas de programa:

Manuella Blackburn: Kitchen Alchemy (2007)

Enquanto compunha esta peça, comecei a pensar na analogia da alquimia e na sua aplicabilidade ao processo de composição da música acusmática. Queria criar algo aparentemente precioso e elaborado que não mostrasse qualquer semelhança com os sons de origem comum dos utensílios e electrodomésticos de cozinha. Uma caraterística fundamental desta peça é a utilização de uma ferramenta de composição desenvolvida a partir da linguagem espectromorfológica de Denis Smalley, com o objetivo de criar processos estruturais e frases dentro da obra. Especificamente nesta peça, há um foco em estruturas criadas a partir de uma variedade de combinações de vocabulário de início, continuação e fim. A experimentação com este vocabulário informou a criação de pequenas unidades que se desenvolveram em frases e, eventualmente, em estruturas de maior escala que crescem para fora, ligando-se umas às outras.

Konstantinos Karathanasis: Ode To Kitchen (2015) 

Ode to Kitchen é uma homenagem à coleção de Odes de Neruda. O poeta escreveu 225 Odes sobre objectos comuns do quotidiano, como pão, alcachofras, as suas meias, etc., para celebrar a vida expressa através de uma miríade de sons, cores, cheiros e emoções. Centenas de sons de objectos de cozinha foram classificados manualmente de acordo com os seus arquétipos gestuais e substâncias, e depois processados principalmente através das técnicas clássicas de manipulação de fita magnética. Texturas complexas foram criadas através da leitura rápida e aleatória do conteúdo de pastas com sons semelhantes. Os milhares de objectos sonoros resultantes foram orquestrados com a intenção de criar uma amálgama altamente energética e caleidoscópica.
Ode to Kitchen recebeu o 1º lugar no SIME 2016 e uma menção honrosa no Música Viva no mesmo ano.

José Carlos Sousa: Souks (2018)

Souks é uma peça electroacústica concluída em setembro de 2018 e resultante de uma encomenda do Projecto DME, no âmbito do Projecto Erasmus+ "A Paisagem Sonora em que vivemos".
Esta é uma obra criada a partir de sons que foram gravados por diferentes pessoas em 4 países: Portugal, Grécia, França e Itália.
O ponto de partida de Souks é baseado nas memórias de uma viagem que fiz a Marrocos e no fantástico mundo de sons, cheiros e cores dos mercados de Marraquexe.
Apesar de não ter sido gravado nenhum som em Marrocos, pretende-se que esta seja uma viagem sonora ao mundo dos mercados de Marraquexe, aos Souks.

Åke Parmerud: Crystal Counterpoint (2009)

Lembro-me de como, em criança, me escapava da cama e ouvia os sons que vinham do piso inferior, onde os meus pais costumavam dar festas de vez em quando. O tilintar dos copos, as conversas alegres e as gargalhadas faziam-me sentir inveja por não estar ali e, passado algum tempo, um pouco sonolento. Mais do que uma vez adormeci na borda da escadaria, à deriva num sonho de tilintares e risos. "Crystal Counterpoint" foi feito a partir do som desses mesmos copos que um dia me embalaram até adormecer. Durante muitos anos quis fazer uma peça baseada no som dos copos mas, por várias razões, só quando a casa dos meus pais foi vendida é que finalmente consegui gravar todos os copos da casa (ou melhor, os copos feitos para festas e jantares). Todos os sons da peça são derivados de copos. A maior parte deles são da casa dos meus pais e feitos de cristal. Consciente de que fazer uma composição baseada em copos está longe de ser original (muitos compositores como J. Harrison, T. Wishart e H. Vaggione, entre outros, já o fizeram), não consegui resistir. Espero que a peça acrescente, de uma forma positiva, a minha assinatura e temperamento a uma coleção crescente de contemplações musicais sobre o universo do vidro. A peça é dedicada à minha mulher Mireille Leblanc, com quem partilhei muito champagne e alegria.

"Crystal Counterpoint" foi encomendada pelo IMEB, França, e foi composta no estúdio Circe, em Bourges, em maio de 2009.


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Biografias




Joana Bento e Alice Artur estudaram Artes Plásticas nas Caldas da Rainha e utilizam sobretudo a comida e as artes visuais para pensar e criar, através de percursos ecléticos guiados pela vontade de conectar pessoas e ideias. Criam e produzem para a JOY Food – que trabalha projectos multidisciplinares em várias áreas, tais como a literacia alimentar ou a consultoria para experiências.

Joana Bento e Alice Artur 



Ricardo Almeida (Lisboa, 2000) concluiu o 8o grau em guitarra clássica no Conservatório de Música D. Dinis, realizando paralelamente um curso de jazz no mesmo estabelecimento. É licenciado em Composição pela Escola Superior de Música de Lisboa, onde estudou com Luís Tinoco, João Madureira e Carlos Caires. Atualmente frequenta o mestrado em música na mesma instituição, orientado pelo compositor Carlos Caires. Simultaneamente realiza o mestrado em ensino da música na Universidade de Évora, orientado pelo compositor e maestro Pedro Amaral. Participou em masterclasses e workshops com Panayiotis Kokoras, François Bayle, Mario Mary, Robert Normandeu, Thomas Adès, Kaija Saariaho, Mario Pagotto, Annette Vande Gorne, entre outros.
Como improvisador integrou projetos musicais em diversos contextos como Eco Lab, orientado pelo compositor Jaime Reis, Big Band Junior, Riju Ensemble, Texturas Ensemble, BeComposer, tal como diversos combos de jazz; utilizando eletrónica em tempo real ou guitarra elétrica. Adicionalmente, realiza também música para dança contemporânea tendo participado em duas residências, Compota (Sentidos Ilimitados, 2021) e Jovens Compositores (Estúdios Victor Córdon, 2022), e composto música para o bailado de terror “Daqui parte a dormência” e, mais recentemente, “Cafezinho”, peça de Gaya de Medeiros integrada no Biennial of Contemporary Arts 2023. As suas peças têm sido apresentadas em eventos como Festival DME / Lisboa Incomum, Música Viva/ Oculto d’Ajuda, Aveiro_Síntese e MIMMA
É diretor artístico na associação cultural Zarambel, juntamente com o guitarrista espanhol Manolo Matas, onde dirige projetos artísticos que pretendem a modernização, criação e divulgação de repertório, tais como “Vibrações Ensemble” e “Bluesa Big Band”, orquestra de jazz que fundou em 2019, com 18 anos.

Ricardo Almeida




Carlos Santos (1967, Lisboa, PT)
Artista sonoro e músico electrónico, desenvolve o seu trabalho em torno do espaço arquitectónico e de fenómenos acústicos recorrendo a tecnologia sonora digital, utilizando metodologias de investigação de cariz artístico. Apresenta-se publicamente em diferentes formatos, como concerto electroacústico, difusão Acúsmatica, instalação “site-specific”, “soundscape composition” ou performance sonora. Utiliza computador portátil com software desenhado por si na linguagem de programação gráfica max/msp, para geração sonora e manipulação electronica, sintetizadores modulares, pequenos objectos ressonantes, elementos piezeléctricos, microfones e altifalantes.
Desde o inicio da década de 90 que mantém uma presença activa nos campos da nova improvisação electroacústica e “live electronics”, tanto em Portugal como no estrangeiro, colaborando com inúmeros artistas e projectos, amplamente documentados em suporte CD, com mais de 40 trabalhos publicados.
Fez design sonoro e música para animação, video, dança e teatro, produziu programas radiofónicos para a radio Zero, performances sonoras em locais inusitados com formatos pouco habituais.
Uma parte fundamental do seu trabalho assenta sobre a temática do som e a sua percepção e influência em termos sociais, arquitectónicos, politicos e históricos, nesse âmbito deu workshops de “escuta atenta”, organizou “Soundwalks” ou trabalhou com pequenas comunidades em projectos experimentais de som. Foi professor de som e composição sonora na escola de artes, Ar.Co, leccionou “introdução ao audio digital e programação em ambiente max/msp” na Restart (Escola de Design e novas tecnologias) e no Instituto Politécnico Autónomo – IPA, para além de inúmeros workshops sobre praticas artísticas sonoras e improvisação com electronica.
Estudou pintura com António Sena e trabalha como designer gráfico, sendo responsável pela comunicação visual da editora discográfica portuguesa “Creative Sources” e da russa “Aural Terrains”. Co-fundou a editora de música experimental, Sirr-ecords (2000-2003) e foi co-fundador e responsável pela comunicação visual da associação de arte experimental “Granular”, (2003 -2015). É responsável pela imagem e comunicação da associação Arte no Tempo, promotora de música contemporânea, sediada em Aveiro.

Carlos Santos




Ângelo Cid Neto integrou, como bailarino, a Amálgama Companhia de Dança. Participou como intérprete em trabalhos de Willi Dorner, Marina Frangioia, Tiago Guedes, David Zambrano, João Fernandes entre outros. Integrou diversos festivais como performer e criador: Bienal de Veneza, Materiais Diversos, Metadança, Resolution! e Wbmotion. Membro do projeto Compota – improvisação multidisciplinar da associação Sentidosilimitados. Desenvolve um trabalho de criação artística dentro e fora dos contextos educativos com especial ênfase nas áreas transdisciplinares. É licenciado em Bioquímica (FCUL) e Dança (ESD), mestre em Artes Cénicas (FCSH) e Ensino de Dança (ESD). É doutorado em Educação Artística (IE&FBAUL) onde continua a desenvolver uma linha de investigação em torno da criação coreográfica em contextos educativos. É membro integrado do SAP Lab (Science Art and Philosophy) do Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa e do CIEBA na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. É professor na Escola Superior de Dança nas áreas de técnica de dança contemporânea, criação coreográfica e composição.

Ângelo Cid Neto





Mariana Gomes Dias (23 anos), iniciou a sua formação em dança na Escola da Companhia de Dança de Almada. Licenciou-se na Escola Superior de Dança, e foi aluna na Stockholm University of the Arts (DOCH), através do programa Erasmus. Em 2021, participou no curso intensivo de Flying Low e Passing Through com David Zambrano e, em 2022, frequentou o Curso Gestão/Produção das Artes do Espetáculo do Forum Dança.
Trabalha como intérprete/performer, e criadora. Já trabalhou com Paula Pinto (PT) e Amanda Piña (MEX/CL/AT), e Maja Dahbäck (SE), e cocriou, com outros artistas, as seguintes peças: com Rafael Filipe Pinto, a peça “Em Laivo” (circulação nacional e internacional, 2020-2022), e com Eva Aguilar (violoncelista) e Bárbara Gomes (atriz), a peça “Protorretrato” (Almada, 2022). Em 2023, participou, como intérprete, no projeto AJI TMOVE (Marrocos). Trabalha ainda como produtora para as Associações Culturais Partícula Extravagante e Carta Branca.

Mariana Gomes Dias




Mariana Sanchez Salvador é arquitecta e investigadora, explorando as diversas paisagens alimentares que habitamos — do território à casa — ao longo da história.
A sua Dissertação de Mestrado recebeu o Prémio Arquiteto Quelhas dos Santos da FA-UL, e foi publicada pela editora Caleidoscópio, sob o título “Arquitectura e Comensalidade: uma história da casa através das práticas culinárias”. A sua tese de Doutoramento em Estudos Urbanos, desenvolvida na NOVA FCSH e ISCTE, foca-se na evolução da Paisagem Alimentar de Lisboa.
Actualmente, ensina “Food Systems” no Mestrado em Food Design da ESHTE (Estoril), e “Lisbon: City and Architecture” no CIEE. Autora de diversas publicações, tem sido convidada para conferências nacionais e internacionais, aulas abertas e eventos públicos, bem como entrevistada para periódicos e rádios nacionais. Tem, igualmente, feito colaborações artísticas para publicações, exposições e bienais de Arquitectura e Design.

Mariana Sanchez Salvador



Joana Lucas é doutorada em Antropologia (2014) pela NOVA FCSH onde apresentou a tese: "Entre o céu e a areia: turismo, viagens e expedições. Mapeamento de discursos e práticas sobre a Mauritânia". É licenciada em Antropologia pela FCSH/NOVA (2004) e mestre em Antropologia: Multiculturalismo e Identidades (2009) pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. É investigadora integrada do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA), onde coordena, desde 2018, o grupo de investigação "Práticas e Políticas da Cultura", sendo também membro da linha temática "AZIMUTE Estudos em Contextos Árabes e Islâmicos". Fez trabalho de campo na Mauritânia (Parc National du Banc d'Arguin e Nouakchott), em Marrocos (Al Jadida, Chefchaouen e Rabat) e em Portugal (Tavira e Lisboa). Realizou e produziu o documentário "Um Ramadão em Lisboa" (2019) com Amaya Sumpsi, Catarina Alves Costa, Carlos Lima, Raquel Carvalheira e Teresa Costa.
Atualmente desenvolve investigação sobre os impactos da classificação da Dieta Mediterrânica como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO (2010, 2013) em Chefchaouen (Marrocos), e sobre práticas e consumos alimentares em mudança em Rabat (Marrocos). É Professora Auxiliar Convidada do Departamento de Antropologia da NOVA FCSH desde 2021, e integra, desde 2019, o corpo docente do Council of International Educational Exchange (CIEE) onde leciona a unidade curricular "Portuguese Gastronomy and Culture".

Joana Lucas



Pedro Guimarães é Professor Auxiliar do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa (IGOT-ULISBOA). Na sua investigação explora os processos de transformação urbana. De forma concreta, assumindo a intrínseca relação entre o setor comercial e as cidades, tem investigado a forma como este setor influencia as dinâmicas urbanas. Nos últimos anos tem explorado a interseção entre o turismo e o comércio em ambiente urbano, mobilizando conceitos como a gentrificação comercial e a autenticidade. Privilegia metodologias de investigação qualitativas à escala local, recorrendo frequentemente a Lisboa como caso de estudo. Com diversas publicações recentes em revistas internacionais, recebeu o Prémio Científico Universidade de Lisboa – Caixa Geral de Depósitos 2021, na área da Geografia e Ordenamento do Território.

Pedro Guimarães





Sílvia Olivença em 2016 criou a empresa Oh! My Cod, criou diversas experiências gastronómicas e tornou-se anfitriã, com o intuito de partilhar a sua paixão pelas pessoas, pelas viagens, e por interligar a gastronomia Portuguesa com a cultura e o povo.
Paralelamente, Silvia é uma psicóloga clínica transcultural, especialmente dedicada a migrantes e refugiados, tendo-se formado em psicologia e mais tarde feito um doutoramento em Antropologia.
Em termos de pesquisa e investigação, sobretudo etnográfica, além da clínica, Silvia interessa-se particularmente pela antropologia da alimentação, cultura gastronômica, antropologia do movimento slow food e cultura/língua árabe.

Sílvia Olivença



Isabel Barrote. Após a conclusão da licenciatura em Engenharia Hortofrutícola na Universidade do Algarve, trabalhou para a Direção Regional de Agricultura do Algarve. Um ano depois, em 1991, começou a trabalhar como Assistente-Estagiária na Universidade do Algarve, onde, em 2005, concluiu o doutoramento em Fisiologia Vegetal e se tornou Professora Auxiliar. Desde então, tem lecionado Fisiologia e Ecofisiologia Vegetal, desenvolvido pesquisa científica sobre as respostas das plantas ao stress, e supervisionado diversos trabalhos de fim de curso, mestrado e doutoramento. O seu trabalho tem sido divulgado através da participação em conferências e publicação de artigos científicos.

Isabel Barrote



Amílcar Duarte é licenciado em Agronomia pelo Instituto de Agronomia V.V. Dokutchaev de Kharkov, tem mestrado em Citricultura pela Universidade Politécnica de Valencia e CIHEAM e doutoramento em Ciências Agrárias/Fruticultura pela Universidade do Algarve. Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade do Algarve, onde exerce docência desde 1988, sobretudo na licenciatura em Agronomia e no mestrado em Hortofruticultura. Atualmente é diretor da licenciatura em Agronomia e membro do Conselho Geral da Universidade do Algarve. É também vice-presidente para a Fruticultura, da Associação Portuguesa de Horticultura. É investigador no Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED-UAlg). Tem participado e coordenado projetos de investigação relacionados com a produção sustentável de citrinos, aumento da tolerância da cultura frente a ameaças fitossanitárias e alterações climáticas. Tem também desenvolvido trabalhos de investigação com outras culturas frutícolas como a pitaia e o abacateiro. Tem mais de 100 publicações técnicas e científicas.

Amílcar Duarte


Manuella Blackburn é uma compositora de música electroacústica especializada na criação de música acusmática. 
Estudou música na Universidade de Manchester (Inglaterra, Reino Unido) e completou um doutoramento em composição de música electroacústica com Ricardo Climent em 2010.
A sua música centra-se em detalhes intrincados, no agrupamento e disposição de pequenos sons e em mundos sonoros claros e polidos. Os seus pontos de partida para a composição são sons gravados de objectos, ambientes e instrumentos que entram em novas peças, transformando o comum em fantasia.
A música de Manuella tem sido apresentada em concertos, festivais, conferências e exposições em galerias na Argentina, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Costa Rica, Cuba, França, Alemanha, Itália, Japão, Coreia, México, Portugal, Espanha, Suécia e EUA.
Recebeu uma série de prémios internacionais pela sua música acusmática, incluindo: Grande Prémio no Digital Art Awards (Fujisawa, Japão, 2007), Primeiro Prémio no 7º e 10º Concurso Internacional de Composição Electroacústica Música Viva (Lisboa, Portugal, 2006, '09), Primeiro Prémio no Musica Nova International Competition of Electroacoustic Music (Praga, República Checa, 2014), International Computer Music Association European Regional Award (Austrália, 2013), 3º Prémio no Diffusion Competition (Irlanda, 2008), Prémio do Público no Concurso Internacional de Composição Eletroacústica (CEMJKO, Brasil, 2007) e Menções Honrosas no Concurso do Centro Mexicano para la Música y las Artes Sonoras (CMMAS) (Morelia, México, 2008) e no Concurso Internacional de Música Eletroacústica de São Paulo (CIMESP'07, Brasil).
Atualmente, Manuella trabalha na Universidade de Keele (Inglaterra, Reino Unido) e é professora de Música Electrónica e Design de Som.

Manuella Blackburn


Konstantinos Karathanasis é um compositor electroacústico que se inspira na poesia moderna, no cinema, na pintura abstrata, no misticismo, na mitologia grega e nos escritos de Carl Jung e Joseph Campbell. As suas composições foram apresentadas em numerosos festivais e receberam prémios em concursos internacionais, incluindo Musica Nova, SIME, SEAMUS/ASCAP, Música Viva e Bourges. As gravações da sua música foram lançadas pela SEAMUS, ICMA, Musica Nova, Innova, Equilibrium e HELMCA. Konstantinos tem um doutoramento em Composição Musical pela Universidade de Buffalo. Bolseiro da Fundação Stavros Niarchos para a primavera de 2020, é Professor de Composição e Tecnologia Musical na Universidade de Oklahoma. Mais informações em: http://karathanasis.org

Konstantinos Karathanasis


José Carlos Almeida de Sousa (Viseu, 1972) iniciou os seus estudos musicais no Conservatório Regional de Música Dr. José de Azeredo Perdigão, na sua cidade natal onde concluiu o curso geral de composição em 1995.
Em 1996, prosseguiu estudos na Universidade de Aveiro, onde concluiu a Licenciatura em Composição, em 2000, estudando composição e música electrónica com Evgueni Zoudilkine, João Pedro Oliveira e Isabel Soveral. Frequentou ainda vários seminários de composição e música electrónica orientados por Jorge Antunes, Alain Sève, Tomás Henriques, Flo Menezes, François Bayle e Emmanuel Nunes.
Em Junho de 2005 concluiu, também na Universidade de Aveiro, o Mestrado em Música, com especialização em composição, com a dissertação “O Timbre e suas Metamorfoses no Processo Composicional da Música Electroacústica”.
Leccionou na Universidade de Aveiro e no Instituto Piaget em Viseu. Foi, conjuntamente com Paula Sobral, organizador e director artístico do Concurso e Festival Internacional de Guitarra Clássica de Sernancelhe, durante 15 edições consecutivas.
Criou o Festival de Música da Primavera de Viseu, que organiza desde 2008, exercendo também o cargo de Director Artístico do Festival.
Em 1995, ganhou o primeiro prémio do 1º concurso de composição do conservatório onde estudou, com a obra infantil para piano Almofada.
No Concurso de Composição Electroacústica “Música Viva 2000”, foi agraciado com uma Menção Honrosa. Em Abril de 2001, a sua obra Viagem foi premiada no mesmo concurso, integrado então na Porto 2001 Capital Europeia da Cultura.
A sua música tem sido tocada em várias cidades portuguesas e em vários festivais de música: Festival Música Viva (Portugal), Primavera en La Habana (Cuba), Aveiro_Síntese, “33e Festival International des Musiques et Créations Electroniques” (Bourges), Concurso e Festival Internacional de Guitarra (Sernancelhe), 14th World Saxophone Congress (Eslovénia), “Guitarmania” – Festival Internacional de Guitarra Clássica (Almada), Festival de Guitarra de Palência (Espanha), Festival Dias de Música Electroacústica (Seia), “Síntese” – Ciclo de Música Contemporânea da Guarda, Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso, Festival Internacional de Música da Primavera de Viseu, 8e Festival International Guitar’Essonne (Paris), Dias de Música Electroacústica no Santa Cruz Air Race (Portugal), VIII Festival de la Guitarra de Sevilla, Tempo Reale Festival “Maratona Soundscape” (Florença) e Festival “The Soundscape we live in” (Corfu), entre outros.
Algumas das suas obras resultam de encomendas de instituições como Festivais Internacionais de Música, Universidades, Museus e Câmaras Municipais.
Actualmente é professor de composição no Conservatório de Música de Viseu, exercendo também o cargo de Director Pedagógico do Conservatório, desde 2004.

José Carlos Sousa

Åke Parmerud seguiu uma bem sucedida carreira profissional na área da música contemporânea e ‘media art’ desde o final da década de 70.
Embora originalmente tenha estudado fotografia (1972-74), de seguida foi estudar música na universidade e posteriormente no Conservatório de Música de Gotemburgo.
Para além da sua música electroacústica e instrumental, a sua prolífica lista de obras inclui composições que abrangem a música experimental moderna nas áreas da dança, cinema, arte interactiva, multimédia, teatro e vídeo.
O trabalho de Åke tem sido aclamado desde que a sua peça "Proximities" recebeu o primeiro prémio no Festival Internacional de Música Electroacústica de Bourges, em 1978, em França. Desde então, recebeu 17 prémios internacionais e 3 relevantes prémios suecos.
Em duas ocasiões, recebeu igualmente o "Grammy" sueco para ‘Melhor Álbum Clássico do Ano’ e a sua música representou a Rádio Sueca duas vezes no Prix Italia.
Recebe regularmente encomendas de importantes instituições internacionais e as suas obras foram apresentadas em todo o mundo. Em 1997, a sua peça "Grains of Voices" foi apresentada na U.N, em Nova York, no dia das Nações Unidas.
A sua música foi lançada em vários álbuns e compilações e, em 1998, tornou-se membro da ‘Royal Academy of Music’ da Suécia.
Åke Parmerud não é apenas compositor, mas também artista de palco, apresentando concertos electroacústicos utilizando vários tipos de instrumentos interactivos - muitas vezes a solo. Viajou extensivamente na Europa, América do Norte e do Sul.
No final dos anos 80, associou-se ao compositor Anders Blomqvist, e as suas apresentações ao vivo - que incluíam fogo de artifício - foram bem sucedidas em toda a Europa até à década de 90.
Nos últimos dez anos, Åke trabalhou como designer inovador de software e de som para instalações áudio / visuais interativas. As suas obras "The Fire Inside", "The Living Room" e "Lost Angel" foram exibidas em Berlim, Gotemburgo, Leon, Cidade do México, Paris e Reykavic. Åke também projectou concertos e foi director artístico de grandes eventos de áudio / visual tanto em ambientes fechados como abertos.
A reputação artística de Åke levou a várias colaborações criativas internacionais. Entre 1999 e 2006, trabalhou em estreita colaboração com a "equipa de arte" dinamarquesa ‘Boxiganga’, desenvolvendo revolucionárias instalações de vídeo interactivo e explorando conceitos telemáticos e soluções interactivas para performances ao vivo. Em 2000, 2001 e 2002, também trabalhou com o coreógrafo canadiano Pierre-Paul Savoi como compositor, designer de som e software.
O seu mais recente trabalho, "Metamorphos”, foi desenvolvido em conjunto com a coreógrafa canadiana Mireille Leblanc, que também coreografou a instalação interactiva de som / vídeo "Lost Angel" e a premiada performance "The Seventh Sense".
Recentemente formou a AudioTechture com Olle Niklasson. Esta é uma empresa especializada em design acústico de interiores para diversos ambientes, desde casas particulares até espaços públicos.
A Audiotechture recebeu o prestigiado prémio de design Red Dot 2015.

Åke Parmerud



Jaime Reis (n. 1983) é um compositor português. Estudou Composição e Música Electroacústica com João Pedro Oliveira, Emmanuel Nunes e K. Stockhausen. Prosseguiu os seus estudos de doutoramento na Universidade Nova de Lisboa em Etnomusicologia.
A música de Reis é informada tanto pelo seu grande interesse pela investigação de ponta nas ciências naturais como pela sua atenção permanente às tradições musicais - e mesmo espirituais - asiáticas.
Um dos seus focos é a dinâmica das formas, forças e fluxos na música. Explora percursos polifónicos espaciais através de sistemas sonoros imersivos em forma de cúpula. Outra caraterística marcante da sua música é a presença de conceitos bastante complexos que estão na base da construção das suas peças, mas que em nada desviam a sua beleza sensível.
As ideias funcionam como funções ocultas que, apesar do seu rigor intelectual, geram formas musicais voluptuosas.
Jaime Reis é professor de Composição e Música Electroacústica na Escola Superior de Música de Lisboa (ESML) e investigador do Instituto de Etnomusicologia da Universidade Nova de Lisboa. É diretor artístico do Projecto DME e do Lisboa Incomum, que desenvolvem uma intensa atividade de investigação e criação em música contemporânea.
A sua música tem sido interpretada em todo o mundo por agrupamentos e músicos como Christophe Desjardins, Pierre-Yves Artaud, Aida-Carmen Soanea, Ana Telles, Ensemble Fractales, Ensemble Horizonte, Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, Machina Lírica, Orchestre de Flûtes Français e Aleph Gitarrenquartett.

Jaime Reis


Dia 24 de Novembro

Performance "Infinity garden" | Ricardo Almeida, Carlos Santos, Ângelo Cid Neto e Mariana Dias









Dia 25 de Novembro